
Opinião | O governo encontra finalmente um caminho e unidade: um rumo próspero para a popularidade
2025-03-20
Autor: Julia
Gleisi Hoffmann se destaca e ajuda Fernando Haddad a emergir novamente no cenário político, após um período marcado por derrotas e a queda de popularidade. Considerado uma "alternativa natural" ao presidente Lula, Haddad enfrenta nada menos que 58% de desaprovação em uma recente pesquisa da Genial Quaest, que abalou ainda mais sua imagem já fragilizada perante os eleitores e investidores.
Por mais que Haddad tente relativizar essa pesquisa, questionando sua validade, é inegável que a participação de 106 economistas, gestores e analistas de investimentos de São Paulo e Rio de Janeiro representa uma amostra relevante do mercado financeiro.
A queda na popularidade de Lula já acendeu um alerta no Planalto, forçando o governo a se unir em uma estratégia mais coesa, evitando divisões internas, e focando em uma abordagem que tem sido chamada de "esquerdização" ou "dilmização". Comumente, essa crise também afetou Haddad, levando-o a intensificar suas iniciativas e propostas em uma série de entrevistas recentes.
Gleisi, por sua vez, chegou ao Planalto com a missão de reacender a articulação política, não apenas dialogando com líderes, mas estabelecendo uma comunicação direta e considerada com os presidentes da Câmara e do Senado. Ela se utiliza de uma escolha cuidadosa de termos, preferindo falar em "consolidação" das ações em vez de "construção", e referindo-se a uma "base sólida" no Congresso, em vez de simplesmente uma "maioria".
A aprovação do Orçamento de 2025, após meses de deliberações, foi vista como uma vitória para Gleisi, mesmo que custou R$ 60 bilhões em emendas para garantir apoio parlamentar. A Comissão Especial se reuniu, e em menos de quatro horas, o plenário aprovou o orçamento antes da viagem de Lula ao Japão e Vietnam, com Alcolumbre e Motta presentes. Agora, o novo desafio será a questão do Imposto de Renda. Se obtiver sucesso, quem deverá ser o principal creditado pela conquista? Haddad ou Gleisi?
Por fim, o governo parece finalmente unido e traçando um rumo claro. O orçamento foi aprovado; houve ajustes de última hora favoráveis à população mais carente (como no auxílio gás e no programa Minha Casa, Minha Vida); e a proposta de isenção do Imposto de Renda até R$ 5.000,00, compensada por alíquotas mais elevadas para os mais ricos, sinaliza uma estratégia voltada para a popularidade.
Além disso, Lula continua a ampliar suas viagens e evita confrontos diretos com o Banco Central, dando uma pausa em discussões sobre uma possível reforma ministerial, que se tornaram uma dança arriscada para garantir votos entre as classes mais baixas e a classe média. O desafio agora é convencer aqueles em posições de poder de que a inflação será controlada, que o arcabouço fiscal será genuíno, que as taxas de juros vão baixar, que o Brasil irá crescer e... uma afirmação importante: Lula não é Dilma. Segundo a Genial Quaest, apenas 7% da população acredita nesses possíveis avanços.