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Orbán convida Netanyahu para desafiar ordem de prisão do TPI: O que isso pode significar?

2024-11-22

Autor: Julia

Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria e líder de um governo nacionalista, anunciou uma jogada ousada: convidar Benjamin Netanyahu, o premiê de Israel, para visitar seu país como forma de protesto contra a ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Essa decisão ocorre em um momento crítico, após o TPI ter emitido mandados de prisão por crimes de guerra tanto para Netanyahu quanto para seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, em meio à guerra persistente na Faixa de Gaza.

Em declarações à rádio estatal, Orbán reafirmou sua posição favorável a Netanyahu, dizendo que a Hungria não tem outra escolha a não ser contestar a decisão do TPI, a qual ele considera "descarada" e prejudicial ao direito internacional. "Vou garantir a Netanyahu que a ordem do TPI não terá efeito aqui", declarou o primeiro-ministro húngaro.

Esta posição de Orbán não é uma surpresa, considerando que a Hungria assinou o Estatuto de Roma em 1999, mas não ratificou a convenção que obrigaria a cumprir ordens do TPI. De acordo com o governo húngaro, razões constitucionais justificam essa decisão.

Além disso, Orbán já havia expressado anteriormente que não entregaria o presidente russo, Vladimir Putin, caso ele visitasse a Hungria, demonstrando uma postura de resistência às ordens do tribunal. É interessante notar que, desde o início da invasão da Ucrânia em 2022, Orbán tem mantido relações com a Rússia, um fato que o torna um líder polêmico dentro da União Europeia.

A recente visita não anunciada de Orbán a Moscou em julho e suas intervenções inesperadas no cenário europeu têm despertado críticas e preocupações. Para muitos analistas, essas provocações podem representar uma tentativa de desafiar a ordem estabelecida na UE e reforçar laços com líderes que compartilham de visões semelhantes sobre direitos e justiça internacional.

À medida que essa situação se desenrola, a comunidade internacional observa atentamente as implicações que essa visita e as declarações políticas podem ter sobre a geopolítica na Europa e suas repercussões no conflito israelo-palestino.