OTAN Aumenta Presença Militar no Báltico Após suposta Sabotagem Russa de Cabo Submarino
2024-12-27
Autor: Fernanda
Na mais recente escalada de tensão na região do Báltico, a OTAN anunciou um reforço significativo de sua presença militar após alegações de sabotagem contra um cabo submarino crucial que conecta a Finlândia à Estônia. O secretário-geral da organização, Mark Rutte, confirmou o envio de mais tropas e equipamentos a partir desta sexta-feira (27), em resposta a um incidente que vem aumentando as preocupações com a segurança energética na região.
O cabo submarino Estlink 2, que sofreu danos na quarta-feira (25), é vital para a interconexão elétrica entre os dois países, ambos membros da OTAN. As investigações iniciais apontam para a implicação do petroleiro russo Eagle S, interceptado pelas autoridades finlandesas. Este petroleiro, que estava a caminho de Port Said, no Egito, partiu do porto de São Petersburgo e é suspeito de estar envolvido em uma rede que ajuda a Rússia a escapar das sanções internacionais após sua invasão à Ucrânia.
A situação se agrava com a Estônia já mobilizando patrulhas navais adicionais no Báltico para proteger o Estlink 1, outro cabo submarino estratégico. O ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, enfatizou a urgência de proteger as infraestruturas energéticas e afirmou que a defesa inclui também medidas contra ameaças não militares. "Estamos em constante comunicação com a Finlândia e com os líderes das forças europeias da OTAN", afirmou Pevkur.
O presidente finlandês, Alexander Stubb, assegurou que a situação está "sob controle", mas alertou sobre os riscos de ataques a infraestruturas sensíveis. Nos dias anteriores, foi relatado que a polícia finlandesa havia iniciado uma investigação formal sobre a suposta sabotagem, envolvendo agora não só as forças de segurança locais, mas também agências internacionais.
Além da segurança militar, especialistas estão analisando as consequências econômicas da situação atual. Os danos ao cabo Estlink 2 não afetaram imediatamente o fornecimento de energia, conforme indicado pela empresa nacional Fingrid, mas um novo incidente como este levanta questões sobre a resiliência das infraestruturas críticas na Europa.
Vale lembrar que a região do Báltico já foi palco de outros incidentes semelhantes, como o corte de dois cabos de comunicação em águas territoriais suecas em novembro, também associados a operações marítimas suspeitas, destacando uma nova fase da chamada "guerra híbrida" entre a Rússia e os países ocidentais.
Com o aumento da militarização e as contínuas investigações sobre atividades de sabotagem, a crise no Báltico promete ser um dos principais focos de atenção para a segurança europeia nos próximos meses. A resposta da OTAN e a cooperação entre os países da região serão cruciais para garantir a estabilidade e a segurança energética, fundamentais para a recuperação econômica e política em um cenário global de crescente rivalidade.