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Partido Republicano Confirma Luta Acirrada pela Maioria na Câmara dos Representantes dos EUA

2024-12-05

Autor: Lucas

O Partido Republicano confirmou, nesta quarta-feira, 4, uma maioria apertada de 220 cadeiras na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, após um mês de tensões e contagem de votos. A última vaga, disputada na Califórnia, foi decidida a favor do democrata Adam Gray, que derrotou o republicano John Duarte, o que impediu uma margem mais confortável para os republicanos.

Apesar de ter conseguido mais do que os 218 assentos necessários para o controle da Câmara, a situação não é tão simples para o ex-presidente Donald Trump. Ele planeja que dois representantes republicanos integrem seu novo governo, mas o processo não vem sem complicações. Matt Gaetz, um dos aliados de Trump, renunciou ao cargo após ser indicado para o cargo de secretário de Justiça, que, ao fim, ele decidiu não aceitar devido a pressões públicas.

Gaetz foi reeleito para a próxima legislatura, mas revelou que não tem a intenção de retornar à Câmara. O entorno de sua saída é cercado por mistérios, uma vez que ele enfrenta uma investigação de ética relacionada a um escândalo sexual.

Diante das sueces do ex-presidente, três cadeiras da Câmara ficam em aberto, e eleições especiais estão programadas para o próximo ano. Caso Gaetz permaneça fora da próxima legislatura, sua vaga e a de Mike Waltz, que foi escolhido como conselheiro de segurança nacional, serão disputadas na Flórida. As primárias acontecem no dia 28 de janeiro, seguidas pelas eleições gerais em 1º de abril.

A terceira vaga concerne ao assento da congressista republicana Elise Stefanik, que foi escolhida por Trump para ser a embaixadora dos EUA na ONU. O processo para preencher esta vaga pode levar até 90 dias, dependendo da data de sua renúncia.

Analisando o cenário, espera-se que, mesmo com as três aberturas, Trump consiga manter sua margem de 220 a 215, uma vez que todos os distritos em questão são considerados republicanos. No entanto, essa maioria apertada pode representar desafios significativos, especialmente se o Partido Republicano não demonstrar uma unidade sólida.

Historicamente, as divisões internas do partido foram um grande obstáculo nos últimos anos, refletindo uma crescente divisão entre o grupo mais radical e leal a Trump, e os membros mais tradicionais e moderados. Durante a legislatura que começou em 2023, mesmo com a maioria, o partido enfrentou uma crise ao levar 5 dias e 14 votações sem sucesso até eleger Kevin McCarthy como presidente da Câmara.

Embora alguns esperem que a presidência de Trump ajude a reduzir essas divisões, figuras como Don Bacon (Nebraska), David Valadao (Califórnia) e Dan Newhouse (Washington) já expressaram críticas ao ex-presidente no passado, o que poderia culminar em um clima de desunião.

Esse desgaste entre os republicanos coloca Trump em uma posição delicada para avançar em questões legislativas mais polêmicas, onde a necessidade de cada voto se torna crucial. Em contrapartida, o atual cenário se assemelha aos desafios enfrentados pelo presidente Joe Biden nos primeiros dois anos de seu governo, quando ele tinha 222 cadeiras e encontrou dificuldades em unir os democratas para aprovar leis importantes, como mudanças climáticas e políticas sociais.

A expectativa é que a luta pela maioria na Câmara continue a ser um tema central na política americana, focando não só nas dinâmicas internas do Partido Republicano, mas também na interação com seus oponentes democratas em um clima cada vez mais polarizado. O futuro de Trump e seu governo se desenha em um cenário instável, e as próximas decisões podem definir o rumo da política nos Estados Unidos.