Pequenos Estados Insulares e Países em Desenvolvimento Abandonam Negociações da COP29: Um Chamado Urgente à Ação!
2024-11-23
Autor: João
As delegações de pequenos Estados insulares e países em desenvolvimento deram as costas a uma reunião crucial da COP29, a conferência do clima da ONU, que acontece em Baku, no último sábado (23). Esses países, que estão entre os mais vulneráveis a desastres climáticos, deixaram as negociações em protesto contra um projeto de acordo que consideram insuficiente.
Os representantes de nações como Samoa, Bahamas e Cabo Verde expressaram sua indignação, afirmando que o texto atual ignora a inflação e as reais necessidades de seus povos. Apesar de contribuírem pouco para a emissão de gases de efeito estufa, tais países já estão sofrendo os impactos devastadores das mudanças climáticas, incluindo o aumento do nível do mar, tempestades severas e a destruição de ecossistemas.
Evans Njewa, presidente do grupo dos países menos desenvolvidos nas negociações da ONU, escreveu em seu perfil no Twitter/X: "Saímos temporariamente das consultas porque sentimos que o texto não reflete o motivo pelo qual viemos aqui." Este recesso nas negociações significa que os diálogos, que deveriam ter terminado na sexta-feira (22), encontram-se suspensos.
Os grupos que representam os países em desenvolvimento estão demandando um financiamento de pelo menos US$ 1,3 trilhão anuais, enquanto o rascunho divulgado na última segunda-feira propunha apenas US$ 250 bilhões. Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, chega a afirmar: "Não existe consenso possível sem que essa demanda dos países em desenvolvimento e pequenas ilhas sejam levados em consideração."
A COP29 não se limita a ser mais uma conferência do clima; é um evento que reuniu quase 200 países, diplomatas, cientistas e representantes de organizações da sociedade civil para discutir soluções para uma crise climática que se agrava a cada dia. Desde 1995, os líderes mundiais têm se encontrado anualmente (exceto em 2020 devido à pandemia) para abordar este problema urgente.
De acordo com dados recentes, o aumento da temperatura global em 2023 ultrapassou 1,5 ºC, o que tem sérias implicações para todos os países, principalmente os mais vulneráveis. O observatório europeu Copernicus também relatou que o mundo está enfrentando recordes de calor com uma frequência alarmante.
A COP29 é uma oportunidade vital para que países que mais sofrem as consequências das mudanças climáticas – e que pouco contribuíram para a sua causa – sejam ouvidos e suas necessidades atendidas. O tempo para agir é agora, e a comunidade internacional deve unir forças para garantir que as vozes dos mais vulneráveis não sejam silenciadas.