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Peso Argentino Sofre Desvalorização de 11,3% Após Nova Política Cambial

2025-04-14

Autor: Julia

A Queda do Peso Argentino

Na última segunda-feira, 14 de abril de 2025, o peso argentino enfrentou uma desvalorização significativa de 11,32% em relação ao dólar, encerrando o dia com a cotação da moeda norte-americana a 1.233,36 pesos.

Para comparação, na sexta-feira anterior, 11 de abril, o dólar oficial estava a 1.107,96 pesos, enquanto o dólar paralelo, conhecido como dólar blue, caiu 6,55%, atingindo 1.285 pesos.

Mudanças na Política Econômica

Esse cenário ocorre após a Argentina firmar um acordo com o FMI, assegurando um empréstimo de US$ 20 bilhões. A flexibilização do controle cambial, que vigorava desde 2019, foi uma exigência crucial do FMI para a concessão desse novo crédito.

Luis Caputo, ministro da Economia, afirmou que a cotação do dólar no mercado oficial poderá variar entre 1.000 a 1.400 pesos, já que a nova política estipula reajustes mensais de 1% a partir do dia 14 de abril.

Impactos e Perspectivas

Essas mudanças também facilitam a remessa de dividendos pelas empresas para fora do país, sem limitações em 2025. Jason Vieira, economista da LAM, comentou que a desvalorização era inevitável. Ele destacou que o fim do controle de capitais resultaria em uma desvalorização natural da moeda, que até então vinha sendo mantida artificialmente.

André Perfeito, economista, observou que a desvalorização é uma etapa necessária para a flexibilização desejada pelo governo argentino. Segundo ele, "não é sustentável manter um câmbio preso, custando caro para o governo administrar a situação".

Ecio Costa, professor da UFPE, destacou que essa desvalorização inicial pode impactar a inflação, mas é uma medida positiva a longo prazo, aumentando a segurança necessária para atrair investimentos estrangeiros. Ele apontou que, com essa abertura, pode haver uma inflação temporária em alguns produtos, mas a expectativa é que a economia argentina cresça 5,5% até 2025, segundo projeções do FMI.

Conclusão: O Caminho à Frente

A nova faixa de cotação do dólar, ajustada entre 1.000 e 1.400 pesos, pode aumentar a volatilidade da moeda argentina, mas ao mesmo tempo libera o governo de um controle rígido sobre o câmbio. Especialistas acreditam que essa flexibilização pode ser o primeiro passo em direção a uma recuperação econômica sostenible.