Carolina Santos, uma influente modelo plus size, tem enfrentado a luta contra a diabete e a obesidade por mais de uma década. Para ela, perder peso vai muito além da aparência; é uma questão vital para a saúde e qualidade de vida. "Descobri que tinha diabete há cerca de 10 anos. Minha mãe é diabética, minha avó também foi, e a obesidade é uma herança familiar, já que meu pai faleceu aos 50 anos pesando mais de 150 quilos", revela.

Atualmente, os medicamentos disponíveis no mercado têm como foco a atuação no cérebro, proporcionando uma sensação temporária de saciedade. No entanto, especialistas alertam que esse efeito tende a se esgotar com o tempo.

De acordo com Licio Velloso, professor e autor de um estudo sobre obesidade, "os tratamentos atuais se baseiam em medicamentos que suprimem o apetite, mas, à medida que o organismo se ajusta, o paciente pode perder peso por um tempo, seguido de uma nova estagnação."

Uma nova pesquisa promissora conduzida por cientistas da Universidade de Oxford, em parceria com o Centro de Pesquisas em Obesidade e Comorbidades da Unicamp, descobriu uma substância chamada NPY (Neuropeptídeo Y), que promete revolucionar o tratamento da obesidade. O NPY atua diretamente nas células de gordura, potencializando o metabolismo e promovendo a perda de peso de maneira constante e efetiva.

"Estamos otimistas de que a criação de medicamentos que atuem no sistema NPY possa não apenas acelerar a perda de peso, mas também facilitar a manutenção deste emagrecimento a longo prazo", compartilha Licio Velloso.

O estudo, que ainda está em sua fase experimental, está sendo realizado em animais. Bruna Bombassaro, uma das pesquisadoras envolvidas, destaca que "animais que não possuem NPY nos neurônios periféricos gastam menos calorias em situações normais", evidenciando a relevância dessa substância.

Embora a previsão para que esses novos medicamentos cheguem ao mercado seja de até uma década, Carolina já vislumbra um futuro promissor. "Cada pessoa tem suas próprias dificuldades em emagrecer, e a esperança é que novos medicamentos tornem essa jornada mais acessível e eficaz", conclui.

É importante lembrar que, mesmo com descobertas como essa, a busca por uma vida saudável envolve mais do que apenas o uso de medicamentos; a adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e atividade física regular, continua a ser fundamental. Assim, a descoberta do NPY pode marcar o início de uma nova era para o tratamento da obesidade, mas a verdadeira mudança exige um esforço colaborativo entre ciência e consciência sobre saúde.