Saúde

Pessoas com aneurisma enfrentam risco elevado de ansiedade e depressão

2024-11-23

Autor: João

Um recente estudo revelou uma alarmante taxa de incidência de transtornos mentais entre indivíduos diagnosticados com aneurisma cerebral não roto. Os dados indicam que há 113,07 casos de doenças mentais a cada 1.000 pessoas nessa situação, em comparação com 90,41 casos a cada 1.000 na população geral.

"É crucial que os médicos que tratam aneurismas cerebrais reconheçam a carga psicológica que o diagnóstico impõe. Essa mentalidade pode não apenas salvar vidas, mas também melhorar a qualidade de vida desses pacientes", afirma a neurologista Polyana Piza, do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia.

Aneurisma: O que você precisa saber!

Um aneurisma cerebral se caracteriza pela dilatação anormal da parede de um vaso sanguíneo no cérebro, decorrente de uma fraqueza estrutural. Muitas vezes, fatores genéticos e de estilo de vida, como hipertensão e tabagismo, estão associados a essa condição. Considerado uma situação potencialmente fatal, o aneurisma pode romper e causar hemorragia intracraniana.

O diagnóstico pode ser acidental, surgindo durante exames de imagem feitos para investigar outras condições. Nesse contexto, o aneurisma é classificado como "não roto" ou "incidental". Por outro lado, a ruptura do aneurisma leva a sintomas agudos, motivando imediatamente os exames de imagem.

Conforme Piza, a abordagem terapêutica para o aneurisma varia com base em diversos fatores, incluindo tamanho, localização e saúde geral do paciente. "A vigilância é uma opção viável para aneurismas pequenos e assintomáticos, uma vez que o risco de ruptura pode ser menor do que o dos tratamentos cirúrgicos ou intervencionistas", complementa.

Quando há um risco mais elevado de ruptura, há intervenções mais drásticas à disposição, como a neurocirurgia aberta ou técnicas minimamente invasivas, como a embolização. Este último método envolve a inserção de um cateter para fechar o fluxo no aneurisma.

"Lidar com um diagnóstico de aneurisma é um processo angustiante, e a incerteza pode desencadear um ciclo de estresse e depressão, impactando a qualidade de vida", destaca a especialista.

Um testemunho de resiliência

A consultora de relações internacionais Marcela Santos*, de 33 anos, compartilha sua experiência ao descobrir que tinha um aneurisma enquanto residia nos Estados Unidos. Após sentir uma parestesia no braço—uma sensação de formigamento—ela se submeteu a uma série de exames. Foi durante esses testes que um aneurisma foi detectado, e a notícia a deixou em choque, preocupando-se constantemente com o risco de morte iminente.

Com o aneurisma em um estado pequeno e sem outros fatores de risco, os médicos optaram por apenas monitorá-lo. Contudo, uma visita à família no Brasil cambou o curso dos eventos: ao retornar à consulta, descobriu que o aneurisma havia dobrado de tamanho, o que levou a uma intervenção urgente para instalar um stent e normalizar o fluxo sanguíneo.

"Eu estava em um local crítico, atrás dos olhos. Se tivesse rompido, o resultado poderia ter sido fatal. Graças a Deus, a intervenção foi um sucesso e minha qualidade de vida melhorou significativamente nos meses seguintes”, comemora.

Além do estresse relacionado à vigilância constante do aneurisma, Marcela reflete que é sempre melhor diagnosticar a condição a tempo, evitando um acidente vascular cerebral. "Ser monitorado é a abordagem mais inteligente, mas a incerteza sobre o futuro é algo que lida frequentemente com quem vive essa situação", conclui.