Na última quinta-feira (21), o Conselho de Administração da Petrobras ratificou uma decisão que promete agitar o mercado: o pagamento de impressionantes R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários.

Cada acionista das ações ordinárias e preferenciais que estão em circulação receberá R$ 1,55174293 por ação. No entanto, os investidores devem ficar atentos: o pagamento será efetuado no dia 23 de dezembro de 2023 para ações negociadas na B3. Para quem possui American Depositary Receipts (ADRs) nos Estados Unidos, o depósito acontecerá a partir de 3 de janeiro de 2025.

Com um total de 13.044.496.930 ações em circulação, a maior parte (28,67% ou 3.740.470.811 ações) pertence ao governo federal, o que significa que R$ 5,734 bilhões vão direto para os cofres públicos. A divisão do pagamento contempla R$ 15,6 bilhões como dividendos intermediários e R$ 4,4 bilhões em dividendos intercalares, como informado pela empresa.

A Petrobras destacou que essa decisão está em conformidade com a sua política de remuneração aos acionistas, que permite o pagamento de dividendos extraordinários desde que a integridade financeira da companhia seja mantida. Além disso, esses valores serão considerados na proposta de remuneração para o exercício de 2024, que será apresentada na Assembleia Geral Ordinária do próximo ano.

Contexto de Crise na Gestão Anterior

Vale ressaltar que essa decisão surge em um cenário conturbado na gestão anterior da empresa. O ex-presidente Jean Paul Prates teve uma administração marcada por descontentamentos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, especialmente sobre a questão dos dividendos. Em março, a Petrobras decidiu inicialmente não distribuir esses valores, o que gerou uma onda de incertezas e especulações sobre a permanência de Prates no cargo.

Após uma reviravolta, em abril, a empresa decidiu aprovar a divisão dos dividendos extraordinários em duas parcelas, mas a situação não se estabilizou. Em um movimento surpresa, o presidente Lula demitiu Prates e nomeou Magda Chambriard para o cargo.

Em sua primeira coletiva, Chambriard ressaltou que a empresa adotaria uma abordagem focada na "lógica empresarial" para a distribuição de dividendos. "É impossível administrar uma gigante como a Petrobras sem respeitar a realidade do mercado e os interesses de todos os acionistas", declarou, prometendo um futuro mais promissor para a companhia.

O que Isso Significa para os Acionistas?

A decisão de distribuir R$ 20 bilhões pode ser um sinal positivo para investidores que aguardam retornos consistentes. No entanto, é crucial que acompanhem as movimentações da empresa e os próximos passos da nova gestão para garantir que a Petrobras continue a operar dentro de uma estrutura financeira sólida, além de respeitar as diretrizes a favor dos acionistas. Este cenário é uma oportunidade de ouro que os investidores não devem deixar passar!