A Polícia Federal (PF) está se mobilizando para implementar um limite de saques monetários nas vésperas do segundo turno das eleições municipais, conforme anunciado pelo diretor-geral, Andrei Passos Rodrigues, em uma entrevista ao programa Estudio i, da GloboNews. Essa medida visa combater a prática de compra de votos, um problema que afeta a integridade do processo democrático.

Rodrigues enfatizou que a PF trabalhará junto ao Banco Central (BC) e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para estabelecer regras rigorosas que restrinjam a quantidade de dinheiro em espécie que um cidadão pode retirar. "Não é aceitável que alguém possa sacar R$ 5 milhões e circular com essa quantia em dinheiro vivo, especialmente em um momento tão crítico como o de iminência da votação", destacou Rodrigues, citando um exemplo de um grande saque que teria sido utilizado em um esquema de compra de votos.

A proposta de limitação de saques segue práticas já adotadas em outros países que buscam garantir a lisura das eleições. De acordo com dados da PF, somente no primeiro turno das eleições, houve uma notável ocorrência de 300 ações ligadas a crimes eleitorais associados a tentativas de manipulação do voto.

Este ano, a PF também registrou um recorde em apreensões: foram mais de R$ 22 milhões em dinheiro e mais de R$ 50 milhões em bens. Em comparação com eleições anteriores, o número de crimes eleitorais aumentou significativamente, com 911 ocorrências reportadas e 14 candidatos que foram presos por diversas infrações relacionadas ao pleito.

A Polícia Federal declarou que, até agora, cerca de R$ 600 mil foram apreendidos em mais de 300 casos relacionados à compra de voto, demonstrando a seriedade das denúncias e a eficácia das operações realizadas. Rodrigues acredita que o engajamento da PF e a cooperação com outras instituições são essenciais para oferecer mais segurança e tranquilidade ao eleitorado.

Recentemente, três suspeitos de compra de votos foram presos em Maracanaú, em uma operação que reflete o empenho da PF em garantir a integridade das eleições. A mobilização da polícia é um sinal positivo para os cidadãos, que desejam participar de um processo democrático livre de fraudes.