PGR pode unificar investigações que envolvem Bolsonaro em denúncia conjunta; saiba tudo sobre o desdobramento
2024-11-25
Autor: Matheus
A Procuradoria Geral da República (PGR) pode usar informações de três investigações distintas relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e transformar tudo em uma única denúncia. As investigações incluem a tentativa de golpe de Estado, a apropriação de joias sauditas e fraudes no cartão de vacinação. O foco central é se essas irregularidades se interligam e reforçam a tentativa de golpe.
Na semana passada, a polícia entregou indiciamentos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo Bolsonaro, seu ex-ministro Braga Netto e mais 35 pessoas, incluindo políticos e militares. Essas pessoas estão sendo investigadas pela participação em tramas que buscavam obstruir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2022.
Assim que Moraes repassar os indiciamentos para a PGR, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deverá analisar o material antes de decidir se irá formalizar a denúncia à Justiça. Ele é esperado para concluir essa análise até fevereiro do próximo ano, após o recesso do Judiciário.
Além das três frentes mencionadas, uma nova e grave revelação surgiu na semana passada: um plano para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio Moraes. Quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal foram presos sob a acusação de que planejavam assassinar essas autoridades para estabelecer um 'gabinete de crise' em substituição ao governo. As investigações em torno desse plano estão sendo ligadas às apurações sobre a tentativa de golpe, e a conexão de Bolsonaro com esse grupo criminoso está sendo cuidadosamente analisada.
O advogado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fez uma declaração bombástica, dizendo que o ex-presidente estava ciente do plano de execução, mas depois tentou recuar em suas palavras.
Como isso se desenrola:
Se a PGR conseguir estabelecer um elo entre essas investigações, isso poderá reforçar a argumentação de que as fraudes nas joias e no cartão de vacina estavam, de fato, interligadas à trama golpista. As fraudes no cartão de vacinação envolvem a falsificação de documentos para comprovar que Bolsonaro tomou a vacina contra a Covid-19, quando, na verdade, ele nunca o fez. A informação é que essa falsificação foi feita para facilitar sua entrada nos Estados Unidos em dezembro de 2022, logo antes da posse de Lula.
Além disso, as joias recebidas do governo saudita, que deveriam ter sido entregues ao Estado brasileiro, estiveram em posse de Bolsonaro de maneira irregular. Segundo a investigação, havia a intenção de que essas joias fossem utilizadas para garantir uma proteção financeira ao ex-presidente em solo estrangeiro, caso as investigações em relação à tentativa de golpe tomassem forma.
Com a delação dos envolvimentos sendo cada vez mais aprofundada, o papel de Gonet na unificação das investigações adquire relevância crucial. Ele poderá, se concluir que os casos estão interligados, apresentar uma denúncia robusta que torne claro o objetivo final que seria a implementação de um golpe de Estado.
Além disso, as quatro detenções relacionadas ao plano de assassinato de Lula e Alckmin potencializam ainda mais a possibilidade de uma investigação maior em torno das ações de Bolsonaro e seus assessores. A PF mantém as investigações sob um mesmo inquérito, que inclui as chamadas 'milícias digitais', revelando um padrão de crime organizado entre aqueles que estão sob investigação.
A decisão sobre tornar os investigados réus caberá ao STF após a apresentação formal das denúncias. O que se segue pode mudar radicalmente o futuro político do Brasil e o destino de figuras proeminentes que estiveram no último governo.