Alerta alarmante

A co-presidente de uma coalizão de países em negociações essenciais para reduzir a poluição plástica fez um alerta alarmante: o mundo será "incapaz de lidar" com a enorme quantidade de resíduos plásticos em apenas uma década, a menos que os países adotem medidas drásticas para limitar a produção.

Entrevista ao The Guardian

Este apelo foi feito em uma entrevista ao The Guardian, momentos antes da decisiva rodada de negociações da ONU sobre o primeiro tratado global para combater o desperdício plástico, que ocorrerá em Busan, na Coreia do Sul. Anne Beathe Tvinnereim, ministra do desenvolvimento internacional da Noruega, destacou a crescente divisão entre nações produtoras de plástico e aquelas que estão em busca de soluções.

Necessidade de ação global

Representando mais de 60 países de um grupo chamado "de alta ambição", liderado por Ruanda e Noruega, ela enfatizou a necessidade de abordar a poluição do plástico em todas as suas fases, o que inclui, de forma crucial, a limitação da produção.

Otimismo e liderança necessária

— Não devemos esperar um acordo perfeito, mas devemos avançar. Escolho ser otimista. Há um grande número de nações que ainda mantém sua determinação, e o mundo precisa urgentemente de liderança e boas notícias — declarou Tvinnereim.

Medidas consideradas óbvias

O consenso sobre a "eliminação" global de produtos plásticos de uso único e a proibição de produtos químicos tóxicos contidos no plástico, especialmente em embalagens alimentares e brinquedos infantis, são medidas que ela considera "óbvias".

Estudo alarmante sobre plásticos

Um estudo alarmante revela que o uso global de plásticos pode triplicar até 2060, com aumentos significativos previstos para a África Subsaariana e partes da Ásia. O desperdício de plástico também deve triplicar até o mesmo ano, com uma assustadora metade desse lixo indo parar em aterros sanitários e menos de 20% sendo reciclado.

Impactos profundos da crise do plástico

Os impactos da crise do plástico são profundos, ameaçando tanto a saúde humana quanto a biodiversidade e a estabilidade climática do nosso planeta. No entanto, passados dois anos desde um pacto histórico envolvendo 175 nações para iniciar negociações para um acordo global juridicamente vinculativo que aborde o ciclo de vida dos plásticos, ainda há divisões significativas entre os representantes sobre as ações necessárias.

Dificuldades nas negociações

Os debates têm enfrentado dificuldades, especialmente em relação à redução da produção no setor plástico, que atualmente representa um mercado de impressionantes US$ 712 bilhões. Em discussões realizadas em abril, não houve consenso sobre a inclusão de metas de produção, que são vistas como essenciais para evitar o acúmulo de resíduos plásticos, no centro do acordo.

A hora de agir

— Precisamos de mais reciclagem e uma gestão de resíduos eficaz, mas, se não reduzirmos a produção e o consumo de plástico, estaremos condenados a enfrentar um cenário catastrófico daqui a 10 anos — concluiu Tvinnereim.

Faça a diferença!

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