Pobreza na Argentina cai para menos de 40%: Como isso pode impactar o futuro do país
2024-12-20
Autor: Matheus
O índice de pobreza na Argentina apresentou uma significativa queda, alcançando 38,9% no terceiro trimestre de 2024, segundo relatório divulgado pelo Conselho Nacional de Coordenação de Políticas Sociais (CNCPS). Além disso, a pobreza extrema, conhecida como indigência, regrediu para 8,6% nesse mesmo período, conforme dados do Indec. Essa redução em família sem recursos representa uma esperança para muitos argentinos que enfrentam desafios econômicos diários.
Vale lembrar que no início do ano, durante o primeiro semestre, o índice de pobreza atingiu alarmantes 52,9%. A drástica queda dos números pode ser atribuída a um conjunto de políticas econômicas implementadas pelo governo atual, que buscou estabilizar a economia e reduzir a inflação, que, por sua vez, afeta diretamente a qualidade de vida da população.
Uma das estratégias mencionadas foi o foco em transferências diretas e transparentes para os setores mais vulneráveis da sociedade. Quando Javier Milei assumiu a gestão, cerca de 50% dos recursos destinados às populações vulneráveis eram intermediados por programas e instituições, enquanto os outros 50% eram transferidos diretamente. Essa mudança visa garantir que a ajuda chegue de forma eficaz a quem mais precisa.
Especialistas apontam que essa tendência de redução da pobreza, embora variem em seus cálculos absolutos, é um sinal positivo. O economista da Universidade Torcuato Di Tella (UTDT), Martín Rozada, afirmou que a taxa de pobreza no terceiro trimestre estaria em torno de 39%, o que, somado a um índice de 51% no segundo trimestre, resultaria em uma média de 44,9% para o período de abril a setembro. Se essa evolução continuar, a taxa de pobreza no segundo semestre pode se aproximar dos 40%.
Agustín Salvia, coordenador do Observatório da Dívida Social da UCA, complementou que, ao comparar os dados dos terceiros trimestres de 2023 e 2024, a porcentagem de população em situação de pobreza se manteve em níveis semelhantes. O que se destaca é a queda dramática de 51% para 38,9% entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, resultante da desaceleração na inflação e do aumento real da renda das classes médias.
Os dados também revelam uma queda na indigência, de 10% para 8,5%, outro indicativo de que a recuperação econômica está ocorrendo, considerando que, no segundo trimestre, 16% da população vivia nessa situação. Salvia afirma que a recuperação se deve principalmente ao aumento da renda não laboral e à desaceleração dos preços, especialmente em alimentos e bebidas.
Fazendo uma previsão, Leopoldo Tornarolli, especialista em pobreza e desigualdade da Universidade de La Plata, acredita que a pobreza poderia fechar 2024 em um patamar inferior ao de 2023. Se as tendências atuais se mantiverem, a pobreza no semestre de abril a setembro poderia estar abaixo de 45%, uma taxa que representa um avanço significativo em relação ao início do ano.
Para a população argentina, essa queda na pobreza é um sinal de esperança, porém, a estabilidade econômica ainda é frágil e depende de políticas contínuas e eficazes para garantir que essa recuperação não apenas seja momentânea, mas que leve a um futuro mais próspero para todos. Os próximos meses serão cruciais. Poderá a Argentina realmente voltar a seu pé, ou estes números são apenas uma ilusão?