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Polêmica no Senado: Jabuti de R$ 25 Bilhões em Projeto de Energia Limpa Levanta Questões

2024-12-03

Autor: Lucas

Introdução

Na manhã desta terça-feira (03), a Comissão de Infraestrutura do Senado estava prestes a votar um projeto de lei focado em energia limpa, mas a votação foi adiada devido a pedido de mais tempo para discussão entre os senadores. Durante as conversas, divergências internas no governo foram expostas, revelando uma falta de consenso sobre a proposta.

Divergências entre Senadores

O senador Otto Alencar (PSD-BA) declarou que a equipe econômica do governo é contrária à inclusão de um benefício fiscal que soma R$ 25 bilhões, enquanto Weverton Rocha (PDT-MA), relator da proposta, assegurou ter o apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa. "Realizei reuniões com a Casa Civil sobre o assunto, e o ministro Rui Costa está alinhado com a proposta," afirmou Rocha.

Contrapondo-se, Alencar comentou: "O governo não pode mais suportar incentivos fiscais. Estamos falando de R$ 500 bilhões em incentivos, com 26 empresas recebendo metade dos subsídios disponíveis no Brasil," ressaltando a gravidade da situação fiscal do país. Quando questionado sobre os interesses envolvidos, Alencar ironizou dizendo: "Não sou veterinário, sou ortopedista."

A polêmica dos jabutis

As polêmicas não param por aí. O deputado Zé Vitor (PL-MG) foi o responsável por apresentar as mudanças na Câmara, conhecidas como 'jabutis', que seguiram para o Senado e foram mantidas pelo relator. A falta de respostas diretas do governo tem sido uma constante, dificultando a transparência sobre o que realmente está em jogo.

O projeto original e suas mudanças propostas

O projeto original, de autoria do ex-senador Jean Paul Prates, visava integrar a energia eólica offshore, localizada em áreas marítimas, ao quadro energético nacional, criando uma alternativa mais sustentável e inovadora para a geração de eletricidade.

Diversos jabutis foram adicionados ao texto, como: - A prorrogação dos descontos nas tarifas de uso de sistema para empreendimentos de usinas termelétricas que utilizam fontes sustentáveis como biomassa e biogás, com um gasto estimado em R$ 4,3 bilhões por ano; - A contratação compulsória de 4.250 MW de energia de termelétricas a gás natural, que inclui custos de infraestrutura, potencializando um impacto financeiro em torno de R$ 6 bilhões anuais; - A extensão do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) por mais 20 anos, com um custo previsto de R$ 1 bilhão por ano; - E a prorrogação de contratos de usinas de carvão mineral até 2050, gerando um impacto de R$ 3,5 bilhões anuais.

Conclusão e Questões em Debate

Essas mudanças podem abrir portas para debates acalorados no Senado sobre a viabilidade de um futuro energético mais sustentável em meio a interesses financeiros conflitantes. O que está em jogo é não apenas o futuro da energia no Brasil, mas também a saúde fiscal do país. O que você acha dessas modificações? O Brasil está tomando o caminho certo ou estamos assistindo a um verdadeiro 'zoológico' de interesses nas esferas políticas?