Polícia investiga nova exumação relacionada a caso de envenenamento em Torres
2025-01-11
Autor: Pedro
A Polícia Civil está analisando a possibilidade de solicitar a exumação do corpo de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise Moura dos Anjos, que foi presa sob suspeita de envenenar quatro integrantes da família de seu marido. O crime teria ocorrido em dezembro de 2024, quando as vítimas consumiram um bolo que continha arsênio, e uma outra pessoa teria falecido meses antes pelo mesmo motivo. Informações a respeito dessa investigação foram confirmadas por fontes à RBS TV neste sábado (11).
José faleceu em 2020, aos 67 anos, em Canoas, devido a cirrose. Embora uma amiga da família tenha descrito a relação de José com a filha como boa, mas distante, a atitude fria de Deise levantou suspeitas de possíveis envenenamentos anteriores no círculo familiar.
Em coletiva de imprensa na última sexta-feira (10), o delegado Marcos Veloso revelou que Deise pesquisou e adquiriu arsênio muito antes da primeira morte reportada. Sabrina Deffente, diretora regional de polícia do Litoral, declarou que "há indícios consideráveis de que ela tenha praticado outros casos de envenenamento". O Instituto-Geral de Perícias (IGP) afirmou ser possível detectar a presença de arsênio em análises que podem levar anos, incluindo investigações sobre restos mortais.
A exumação de Paulo dos Anjos, sogro de Deise, foi realizada na quarta-feira (8), revelando elevadas concentrações de arsênio, que corresponderam à segunda maior quantidade encontrada entre as quatro vítimas conhecidas até o momento.
Além do marido e do filho de Deise, a polícia está investigando novas supostas vítimas da mulher. Os laudos do IGP devem ser concluídos em breve. O presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia, Rafael Lanaro, explicou que a ingestão de pequenas quantidades de arsênio pode não ser fatal, mas causa graves complicações de saúde, incluindo náuseas intensas e diarreia.
Investigadores também estão analisando uma garrafa de água que Deise levou para sua sogra no hospital, pouco antes de ser detida. A garrafa, que tinha o lacre rompido, foi descartada, mas seus testes ainda poderão revelar se a água estava contaminada.
Em um evento trágico, seis membros da mesma família enfrentaram problemas de saúde após consumir o bolo envenenado em 23 de dezembro. Infelizmente, três delas não sobreviveram: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47. Outros familiares, incluindo uma criança, foram hospitalizados, mas estão se recuperando.
Em resposta às investigações, o advogado de Deise, Cassyus Pontes, ainda não se manifestou sobre as novas alegações da polícia. A defesa anteriormente alegou que as declarações da coletiva ainda não foram formalmente apresentadas em tribunal, aguardando o acesso a todos os documentos e provas pertinentes ao caso.