Portões Fechados Para Cruzeiro x Palmeiras? A Revolta do Vice-Governador de MG Contra a CBF
2024-12-02
Autor: Lucas
A polêmica decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de realizar o jogo Cruzeiro x Palmeiras com portões fechados, marcado para esta quarta-feira (4/12) no Mineirão, gerou uma onda de insatisfação entre as autoridades mineiras. O vice-governador de Minas Gerais, professor Mateus Simões, expressou sua 'surpresa' e revolta em relação à medida, cobrando coerência da entidade que, em casos semelhantes, frequentemente autorizou a presença apenas da torcida do clube mandante.
O vice-governador afirmou: “Recebemos esta decisão com muita surpresa, especialmente em relação à CBF e ao Palmeiras. Desde os incidentes relacionados ao jogo do Atlético na Arena MRV, temos alertado sobre a necessidade de ações para garantir a segurança dos torcedores.” Ele enfatizou que não há dúvidas sobre a segurança no Mineirão, mas criticou a responsabilidade que o fechamento dos portões pode colocar sobre os torcedores que frequentam as ruas de Belo Horizonte.
“Embora as condições de segurança no estádio sejam garantidas, é impossível assegurar a segurança das pessoas na rua. A presença de palmeirenses avulsos em Belo Horizonte pode representar riscos, considerando os recentes episódios de violência entre torcidas organizadas,” disse Simões. O vice-governador referiu-se a violentos conflitos entre a Mancha Verde (torcida do Palmeiras) e a Máfia Azul (torcida do Cruzeiro), que culminaram até mesmo na morte de um torcedor, vítima de uma emboscada.
Em uma clara pressão por mudanças, Mateus Simões sugeriu que fosse permitida a entrada de uma torcida única no jogo em questão, como já ocorreu anteriormente em várias partidas, sempre por orientação da própria CBF. “Esperamos que essa situação de violência seja reavaliada, pois não faz sentido continuar naturalizando tais acontecimentos em nossos estádios,” afirmou.
Ele também ressaltou que a decisão da CBF prejudica o Cruzeiro e lamentou a postura do Palmeiras na situação. “Não faz sentido penalizar os torcedores do Cruzeiro com portões fechados quando o problema é especificamente em relação às torcidas organizadas. E é inaceitável que o Palmeiras alegue falta de segurança no estádio, ignorando a morte de um torcedor durante um trajeto.”
O governo mineiro já tomou providências legais, requerendo que a partida seja realizada com a presença de uma torcida única. Simões solicitação celeridade na resposta do judiciário, afirmando: “Espero que possamos agir rapidamente para garantir que a decisão da CBF seja revista e que tenhamos a torcida única no estádio, não apenas portões fechados. É fundamental que possamos reavaliar a existência das torcidas organizadas e os riscos associados a isso.”
Ele finalizou destacando a necessidade de uma justiça equilibrada: “Precisamos que a decisão do judiciário leve em consideração a situação de maneira justa e que o futebol não seja utilizado como palco para soluções que não se aplicam a todas as torcidas.” Essa situação levanta questões fundamentais sobre segurança e responsabilidade no futebol brasileiro, exigindo um debate sério sobre o futuro das torcidas organizadas.