O prefeito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fez um convite inesperado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para integrar sua equipe de governo. Esta movimentação ocorre em um contexto político delicado, já que a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro é considerada irreversível. Contudo, a habilidade de Bolsonaro em manter seu discurso popular e a incerteza de seu futuro político continuam a preocupar os aliados.

Os analistas políticos acreditam que a inclusão de Campos Neto no governo pode ser uma jogada estratégica que alça sua imagem e o posiciona como uma figura central na construção de uma candidatura de centro-direita para as eleições presidenciais de 2026. Com isso, Tarcísio estaria não apenas fortalecendo seu governo, mas também moldando o cenário eleitoral para o futuro.

Marqueteiros que atuam na ala centro-direita já enxergam Campos Neto como uma forte carta na manga. Sua imagem pode não ser amplamente reconhecida pelo eleitor, mas eles acreditam que ele pode conquistar o espaço ao destacar propostas concretas em vez de debates ideológicos acalorados, que têm desgastado o eleitorado.

Em entrevistas, Campos Neto afirmou que não tem planos imediatos para entrar na política e está focado na escrita de um livro sobre sua trajetória à frente do Banco Central. Durante uma palestra em junho, ele comentou: "Já falaram que eu ia abrir fintech em Miami, que iria trabalhar na indústria, ser ministro, entre outras coisas. Mas a única certeza que eu tenho é que vou tirar um tempo para descanso".

Por sua parte, Tarcísio de Freitas precisa equilibrar essas relações e definir como será a dinâmica de poder em sua gestão, especialmente com o crescimento das expectativas em torno de Campos Neto e suas futuras ambições políticas. Enquanto isso, a capital paulista aguarda ansiosamente as próximas movimentações políticas que podem impactar não apenas a cidade, mas também o cenário nacional.