Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, disparou contra o Corinthians em declarações recentes, questionando a postura do clube paulista em relação aos pagamentos de transferências. "Por que não estão pagando aos seus jogadores e, ao mesmo tempo, contratando novos atletas, gastando R$ 4 milhões por mês em um jogador estrangeiro, enquanto não conseguem saldar as dívidas com o Cuiabá, que é um valor bem menor do que o que irão pagar pelo Memphis Depay?", indagou Dresch.

O Cuiabá já acionou a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF devido a um atraso nos pagamentos referentes à transferência do volante Raniele. Dresch sugeriu que uma nova regra fosse criada, impedindo que clubes utilizem jogadores cujas contratações não estejam regularizadas: "Um jogador só pode entrar em campo se o clube comprador estiver em dia com os pagamentos. Se um jogador X foi adquirido por um time Y e a parcela está atrasada, ele não pode jogar. Não podemos viver em um mundo de fantasia, onde clubes têm dívidas a receber mas não pagam suas contas", enfatizou à Rádio Bandeirantes.

Além disso, o presidente do Cuiabá mencionou a dívida do Atlético-MG pela contratação do atacante Deyverson, que também deve ser assunto de disputa na CNRD. Dresch destacou que a recorrência de inadimplências por parte de outros clubes obrigou seu time a realizar cortes no orçamento e a se reestabelecer financeiramente. "Não estamos em um mundo de sonhos; o futebol está cada vez mais caro e os clubes precisam honrar seus compromissos", reforçou.

Sobre a dívida com a contratação do goleiro Walter, mencionada no balancete financeiro do Corinthians, Dresch alegou que isso se trata de uma falha contábil do clube paulista. Ele ainda revelou que o único valor que o Corinthians teria a receber do Cuiabá é uma parte da venda do atacante Marquinhos para o APOEL, do Chipre, pela qual o Timão teria direito a 60 mil euros referente à transferência de 200 mil euros, que já foi quitado.

As declarações de Dresch acentuam um clima de tensão no futebol brasileiro, onde a inadimplência e falta de comprometimento financeiro por parte de clubes têm sido um assunto cada vez mais recorrente. O que isso significa para o futuro do futebol nacional?