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Pressão Aumenta: Galípolo no Banco Central e o Dilema de Lula

2025-01-05

Autor: Pedro

Quem imaginava que a crise entre Lula e o Banco Central ganharia um novo capítulo com a chegada de Gabriel Galípolo, ex-assessor de Fernando Haddad, se enganou. Galípolo promete uma postura mais alinhada com a linha do atual governo, mas sua autonomia pode complicar as intenções do presidente. A tensão entre o governo e a política monetária continua a crescer!

O embate entre Lula e o Banco Central não é novidade. A autonomia da instituição foi estabelecida em 2021, durante o mandato de Roberto Campos Neto, o que gerou um clima de rixas nos bastidores. Até então, o presidente da República tinha total controle sobre indicações e demissões na liderança do Banco. A insatisfação de Lula em herdar uma indicação de Bolsonaro é clara e, agora, com Galípolo, surgem novas expectativas.

Lula sempre fez questão de comparar a figura de Campos Neto com Henrique Meirelles, que dirigiu o banco durante seus mandatos passados com uma autonomia que ele acredita ser mais favorável à economia. Recentemente, Galípolo tem se posicionado como uma figura diplomática, mas o presidente não está totalmente convencido. O governo precisa urgentemente encontrar um equilíbrio entre suas políticas de consumo, que visam estimular a economia, e as diretrizes do Banco Central.

As altas das taxas de juros, como a Selic, que alcançou 12,25% ao ano em sua última reunião, são um reflexo do embate. Essa medida é uma tentativa do BC de controlar a inflação que ainda está acima da meta de 3% para o ano. O dilema? Enquanto a Selic alta visa conter a demanda e a inflação, provoca um efeito cascata sobre o consumo e a atividade econômica.

Galípolo já deu indícios de sua postura independente ao criticar a ideia de um ‘ataque especulativo’ promovido por membros do governo. Isso levanta um sinal de alarme para Lula, que pode enfrentar novas dificuldades na aplicação de suas políticas, uma vez que a visão de Galípolo pode divergir em momentos de instabilidade econômica.

E não para por aí! O Comitê de Política Monetária (Copom) já sinalizou mais duas possíveis altas nas próximas reuniões, o que poderia elevar a Selic para 14,25%. Essa estratégia de endurecimento, visando a estabilização da economia, coloca Galípolo em uma posição delicada, onde ele precisa garantir acredibilidade frente às decisões do Copom ao mesmo tempo em que tenta manter uma relação diplomática com o governo.

Se Galípolo não seguir de perto as diretrizes de Lula, a presidência poderá se sentir desamparada, e o presidente terá que enfrentar um velho dilema: promover crescimento econômico ao mesmo tempo em que lida com a pressão do mercado e o controle inflacionário.

O que acontece quando um "menino de ouro" entra em um ringue já formado? As apostas são altas, e as tensões parecem insustentáveis. O futuro econômico do Brasil depende do equilíbrio entre as ações do Banco Central e as políticas do governo, e a próxima rodada de decisões do Copom poderá ser um divisor de águas. Será que Galípolo conseguirá navegar entre esses dois mundos sem deixar feridas abertas?