Saúde

Primeira Miss Bumbum Revela que Diagnóstico de HPV Levou ao Divórcio: 'Fui Julgada, Não Apoiada'

2025-04-23

Autor: Pedro

A trajetória de Rosana Ferreira, conhecida como a primeira Miss Bumbum do Brasil, não foi feita apenas de glamour e conquistas. Recentemente, a modelo desabafou sobre o impacto devastador do diagnóstico de HPV em sua vida pessoal e no término do seu casamento.

"O apoio que eu esperava não veio. O julgamento, sim. Foi extremamente difícil lidar com a saúde emocional e física ao mesmo tempo, sabendo que quem estava ao meu lado não quis dividir esse peso comigo", compartilhou a modelo, que conquistou fama em 2011 ao ganhar o título que deu início ao fenômeno Miss Bumbum.

HPV: Uma Epidemia Silenciosa

O HPV, uma infecção sexualmente transmissível, afeta uma enorme parte da população. Estudos indicam que 8 em cada 10 pessoas sexualmente ativas entrarão em contato com o vírus em algum momento da vida. Na maioria dos casos, o vírus permanece assintomático, mas em certos casos, pode evoluir para verrugas genitais ou lesões que carream riscos de câncer.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% das brasileiras em idade reprodutiva estão com exames ginecológicos atrasados, o que é alarmante. Exames como o papanicolau são fundamentais para detectar lesões associadas ao HPV. Após seu diagnóstico, Rosana decidiu usar sua visibilidade para alertar sobre a necessidade de prevenção.

Conscientização e Prevenção são Cruciais

"Muita gente não tem noção do quanto esse vírus pode ser perigoso. Existem mais de 14 tipos de HPV de alto risco e muitas mulheres passam anos sem fazer exames preventivos. Algumas descobrem tarde demais", lamenta Rosana.

A falta de diálogo e o preconceito ainda predominam na sociedade. Rosana se sentiu culpada por algo que poderia afetar qualquer pessoa sexualmente ativa. A falta de conversa madura sobre a situação com o ex-marido apenas agravou sua dor.

Vacinação: Uma Esperança

A vacinação é uma das melhores formas de prevenção contra o HPV. Grátis no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, ela protege contra os tipos mais perigosos do vírus. A vacinação também é recomendada para jovens adultos que não completaram o esquema vacinal na infância.

"Hoje existe vacina gratuita e informação ao alcance, mas muitos ignoram o risco. Eu só fui diagnosticada depois de anos, quando finalmente fiz um exame de rotina. Foi um susto incrível", relata.

"Não lutamos apenas contra um vírus. Enfrentamos culpa, abandono e vergonha. O HPV continua sendo um tabu que precisamos discutir mais abertamente", conclui Rosana.

Com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, Rosana usa sua experiência para impactar positivamente as vidas de muitas mulheres: "Se eu puder ajudar apenas uma mulher a não passar pelo que passei, já terá valido a pena. O que vivi não foi o fim, mas um recomeço. Quero que outras mulheres saibam que não estão sozinhas".