Em uma decisão impactante, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) anunciou, em assembleia geral na última sexta-feira (21), que os professores da rede estadual entrarão em greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 25 de abril. Essa decisão visa pressionar o governo estadual a abrir negociações acerca da campanha salarial da categoria, cujo prazo base é 1º de março.

A assembleia que pode deflagrar esta greve acontecerá na Praça da República, em frente à Secretaria Estadual de Educação. A segunda presidente da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), destacou que a pauta de reivindicações da categoria foi protocolada em fevereiro, mas até o momento, o governo não se manifestou para negociar. Durante a assembleia, foi aprovada uma proposta do Conselho Estadual de Representantes para intensificar o diálogo com professores, alunos e a comunidade.

O calendário de mobilização da Apeoesp inclui uma série de ações contra as escolas cívico-militares entre 24 e 31 de março. Estão previstas também visitas regulares às escolas, atividades em conjunto com os estudantes e movimentos sociais, além de aulas públicas, carreatas e panfletagens. "Estamos preparando um abaixo-assinado da comunidade escolar em apoio à nossa luta pela educação pública", disse Bebel, enfatizando que a greve será forte e contará com participação efetiva dos educadores.

As reivindicações não se limitam a um reajuste imediato de 6,27% no salário base, mas também incluem um plano de recuperação do poder aquisitivo dos professores. Além disso, o sindicato luta contra práticas de assédio moral e condições de trabalho inadequadas, que têm levado muitos educadores a adoecer.

Um caso recente tragicom um alerta: a morte da professora Analu Cerozzi, em Diadema, durante uma luta contra cobranças excessivas, mostra a urgência dessas reivindicações. Bebel destacou a importância de garantir a saúde dos professores e uma melhoria significativa nos serviços do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público do Estado de São Paulo).

A Apeoesp também defende a educação inclusiva, o direito dos professores de se alimentarem nas escolas, a contratação de todos os profissionais pelo Estado sem a terceirização, e a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil mensais, além de descontos para salários de até R$ 7 mil. Essa greve representa não apenas uma luta pelos direitos dos professores, mas uma batalha por uma educação pública de qualidade para todos. Não perca as atualizações sobre essa importante mobilização!