
Protesto em BH: Forças de Segurança Cobram Reajuste de Salários e Ameaçam Greve
2025-04-08
Autor: Pedro
Na manhã desta terça-feira (8/4), agentes das forças de segurança pública de Minas Gerais tomaram a Avenida Afonso Pena, na altura da Praça Sete, no Hipercentro de Belo Horizonte, em um expressivo protesto pela recomposição salarial, que deveria compensar as perdas inflacionárias prometidas pelo governador Romeu Zema (Novo).
Com uma estimativa de cerca de 2 mil manifestantes, o grupo marchou em direção à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde o ato foi encerrado por volta das 13h. As categorias de segurança ameaçam uma greve caso suas reivindicações não sejam atendidas.
De acordo com Marcelo Horta, presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia de Minas Gerais (Sindep/MG), o governador concedeu apenas 30% das perdas inflacionárias aos acionistas da segurança pública. Entre 2015 e 2024, a inflação medida pelo IPCA acumulou impressionantes 74,89%, levando a categoria a reivindicar os 44,9% restantes.
Os deputados Sargento Rodrigues e Cristiano Caporezzo, ambos do PL, se uniram aos manifestantes. Rodrigues declarou: “Se Zema não pagar, a polícia vai parar”, enquanto Caporezzo chamou a promessa de Zema de “estelionato eleitoral”. Eles pediram apoio dos parlamentares e ressaltaram a discrepância entre a imagem de segurança pública vendida pelo governador em suas redes sociais e a realidade enfrentada pelos servidores.
A manifestação foi ainda mais significativa do que o protesto realizado em 28 de janeiro. Marcelo Horta acredita que o grande número de participantes está ligado às recentes conquistas da categoria, como a implementação do vale-alimentação. Ele enfatizou: “Não estamos pedindo aumento, mas sim a recomposição salarial. O governador nunca nos recebeu para dialogar em oito anos.”
Ao chegarem à ALMG, os manifestantes se depararam com outra luta: os trabalhadores da educação, que estavam participando de uma audiência pública solicitando também a recomposição de seus salários. Zema propôs um reajuste de 5,26% para os educadores, o que fica aquém dos 6,27% estabelecidos pelo governo federal como piso nacional.
O governador já esteve em reunião com deputados do Partido Liberal (PL) para discutir questões de segurança pública, com intenso apoio dos parlamentares. No entanto, divergências permanecem, especialmente em relação à questão salarial. Domingos Sávio, presidente do PL em Minas, mencionou que um ofício foi entregue ao governador, junto com o secretário de segurança pública, Rogério Greco, solicitando atenção especial para as demandas relacionadas à recomposição salarial dos profissionais da segurança.