Putin aprova orçamento recorde com um terço dos gastos direcionados à Defesa em meio à guerra na Ucrânia
2024-12-02
Autor: Gabriel
Introdução
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou no último domingo a aprovação de um orçamento com um valor recorde destinado aos gastos com Defesa, previsto para o ano de 2025. O montante chega a impressionantes 13,5 trilhões de rublos, equivalente a aproximadamente R$ 755 bilhões, o que representa quase um terço do total orçado pelo governo para aquele ano. Essa decisão ocorre em um contexto de crescente tensão entre a Rússia e os Estados Unidos, assim como com seus aliados europeus, em razão do conflito com a Ucrânia.
Aumento do efetivo militar
Putin, que em setembro passado decidiu reforçar as Forças Armadas russas com a incorporação adicional de 180 mil militares, buscando elevar o efetivo total para cerca de 1,5 milhão de integrantes, destaca que o orçamento de Defesa representa não apenas uma prioridade, mas uma necessidade em tempos de conflito. O aumento previsto para 2025 supera em mais de três trilhões de rublos o orçamento do ano anterior e resulta em uma participação do setor de Defesa que saltará de 28,3% para 32,5% do total, alcançando 6,31% do PIB projetado para 2025; o nível mais alto desde o início da década de 1990, após a queda da União Soviética.
Gastos em Segurança Nacional e Iniciativas Tecnológicas
Além dos gastos diretos com Defesa, o orçamento inclui alocações significativas para "Segurança Nacional" e várias iniciativas de "liderança tecnológica", totalizando 6,9 trilhões de rublos (cerca de R$ 390 bilhões) para programas sociais e 6,1 trilhões de rublos (cerca de R$ 320 bilhões) para modernizações econômicas. Recentemente, o vice-premiê Denis Manturov destacou a importância de um pacote de projetos que visa revitalizar a economia russa, algo que Putin espera que transforme a estrutura econômica do país de forma mais eficiente.
Conflito na Ucrânia e Avanços Militares
Em relação ao conflito na Ucrânia, a Rússia continua sua estratégia militar com avanços pontuais, especialmente na região de Donetsk. Apesar da anexação unilateral de várias áreas, as forças russas enfrentam forte resistência local, especialmente em cidades como Pokrovsk. Além disso, há a crescente expectativa da entrada de tropas norte-coreanas em áreas como Kursk, onde os militares ucranianos ainda mantêm alguma presença.
Intensificação dos Ataques Aéreos
Os ataques aéreos russos se intensificaram, afetando até mesmo regiões distantes da linha de frente, como Lviv, que já se tornou um alvo frequente de bombardeios. Recentemente, um ataque a Kiev com 110 drones resultou em mortes e feridos, sublinhando a gravidade da situação humanitária.
Nova Ameaça: Míssil Balístico Oreshnik
A nova ameaça à segurança ucraniana é a introdução do míssil balístico Oreshnik com capacidade nuclear, que já começou a assombrar civis ucranianos. A impotência da Ucrânia diante desse novo armamento é acentuada pela falta de sistemas de defesa adequados, enquanto o Ocidente hesita em fornecer as armas necessárias.
Perspectivas Futuros e Alianças
Apesar do aumento dos gastos em 2025, o planejamento orçamentário para 2026 e 2027 sugere uma possível redução nos investimentos, uma narrativa que contrasta com os aumentos constantes dos primeiros anos do conflito. Diante de todas essas tensões, a Rússia busca fortalecer suas alianças, especialmente com a China, o Irã e a Coreia do Norte, enquanto a Ucrânia continua a receber apoio substancial de seus aliados da Otan, que têm fornecido recursos financeiros e armamentos significativos. O recente compromisso da Alemanha em fornecer novos US$ 683 milhões (aproximadamente R$ 4,1 bilhões) destaca ainda mais o nível de envolvimento internacional no conflito.