Em uma chamada telefônica de 90 minutos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceitou um cessar-fogo parcial com a Ucrânia, mediado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Apesar da proposta de uma trégua total de 30 dias já ter sido aceita por Kiev, Putin optou por suspender apenas os ataques a infraestruturas críticas e à rede energética ucraniana.

Essa aceitação de um cessar-fogo parcial marca um importante ponto de inflexão nas hostilidades que já se arrastam por mais de três anos, representando o maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. A guerra, que começou em fevereiro de 2022, gerou um impacto profundo nos âmbitos econômico e geopolítico mundial, com tensões crescentes entre a Rússia e o Ocidente.

Anteriormente, houve apenas uma tentativa de trégua, em janeiro de 2023, durante as celebrações do Natal ortodoxo, mas esta não foi reconhecida por Kiev. Durante o conflito, os russos destruíram mais de dois terços da capacidade de produção energética da Ucrânia e mantêm controle sobre a central nuclear em Zaporíjia. Por outro lado, os ataques de drones da Ucrânia afetaram a produção de petróleo na Rússia, como demonstrou um recente incêndio na refinaria de Tuapse.

A proposta de um acordo de paz fica complexa, uma vez que Putin ainda não aceita garantias de segurança ocidental para Kiev, como a criação de uma força de paz europeia, conforme sugerido por Trump. A pressão para alcançar uma trégua está aumentando, especialmente agora que Moscou parece estar em uma posição mais favorável, tendo recuperado território na região de Kursk e intensificado seus ataques.

A situação é alarmante, pois a Europa está de olho nas movimentações, com anúncios quase diários de aumento de gastos militares e suporte a Kiev. Além disso, Trump procura alinhamento nas negociações, possivelmente pressionando para um acordo que favoreça a Rússia, o que poderia resultar na cessão de cerca de 20% do território ucraniano já sob domínio russo, incluindo a península da Crimeia.

Embora Zelenski tenha admitido a falta de forças para retomar esses territórios, ele deve buscar uma promessa de revisão do status das regiões no futuro. No entanto, a possibilidade de reconhecimento oficial da perda é incerta, uma vez que a tendência internacional, após a confirmação de mudanças de fronteiras, é minimizar a questão e manter o foco em outros assuntos.