Em uma recente declaração durante uma conversa com marinheiros no porto de Murmansk, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que qualquer possibilidade de cessar-fogo na Ucrânia está condicionada à saída de Volodymyr Zelensky da presidência. A proposta controversa sugere que a Ucrânia deveria ser colocada sob uma administração temporária até a realização de novas eleições, aumentando ainda mais as tensões no conflito que já dura mais de três anos.

Putin declarou: "Uma administração temporária poderia ser introduzida na Ucrânia, sob a supervisão da ONU, dos Estados Unidos, dos países europeus e de nossos parceiros. Isso serviria para realizar eleições democráticas e levar ao poder um governo capaz, que gozasse da confiança do povo. Assim, poderíamos iniciar negociações sobre um tratado de paz". Essas declarações foram feitas em 28 de março de 2025, refletindo a posição de Putin de que o governo ucraniano atual não é um parceiro legítimo para a negociação.

A afirmação de que o cessar-fogo depende da mudança de liderança na Ucrânia evidencia a dificuldade em encontrar uma solução pacífica para o impasse atual. Além disso, Putin mencionou que a Rússia está aberta a buscar "soluções pacíficas para qualquer conflito", desde que não envolva concessões à sua soberania.

Em meio a esses comentários sobre Zelensky, o presidente russo também expressou sua crença de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está genuinamente interessado em pôr fim ao conflito na Ucrânia. Segundo Putin, a postura proativa de Trump em buscar negociações diretas com a Rússia, ao contrário de seu antecessor Joe Biden, é um indicativo de seu desejo pela paz. "Na minha opinião, o recém-eleito presidente dos Estados Unidos deseja sinceramente o fim do conflito por uma série de razões", disse.

No entanto, a situação permanece crítica. Relatórios de fontes ocidentais e ucranianas indicam que mais de 11 mil soldados norte-coreanos foram enviados para reforçar as tropas russas na região de Kursk, algo que Moscou não confirmou oficialmente. Esta movimentação militar levanta preocupações sobre a intensificação das hostilidades e a possibilidade de um prolongamento do conflito.

Além disso, enquanto Putin recusa um cessar-fogo completo, ele anunciou a suspensão temporária dos ataques às redes de energia da Ucrânia, levantando perguntas sobre suas verdadeiras intenções e estratégias no conflito.