Putin justifica ataque massivo à Ucrânia como resposta a mísseis dos EUA
2024-11-28
Autor: Ana
A situação na Ucrânia se agravou drasticamente após um ataque aéreo em larga escala, que resultou em um apagão massivo. A Força Aérea Ucraniana relatou que o exército russo lançou 91 mísseis e 97 drones explosivos, com 79 e 35, respectivamente, sendo interceptados. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que o ataque foi direcionado à infraestrutura energética do país, utilizando bombas de fragmentação, o que, segundo ele, "complica consideravelmente o trabalho de nossos socorristas e engenheiros elétricos".
As consequências foram severas: mais de um milhão de residências ficaram sem eletricidade. A infraestrutura energética foi danificada em diversas regiões, resultando em cortes de energia em todo o território ucraniano, conforme dito por Serguei Kovalenko, diretor da Yasno, uma das principais fornecedoras de eletricidade. Em meio a temperaturas próximas de 0 °C, Zelensky apelou aos aliados para que enviem com urgência sistemas de defesa aérea a Kiev.
"O setor energético novamente sofre um ataque maciço do inimigo", lamentou o Ministério da Energia ucraniano em suas redes sociais. Um alerta aéreo foi declarado em todo o país, enquanto a Força Aérea Ucraniana reportou ataques em diversas áreas, incluindo Odessa, Kirovogrado, Kherson e Mykolaiv.
A escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia tem se intensificado nas últimas semanas. Após receber autorização de Washington, o exército ucraniano começou a usar mísseis americanos para contra-atacar a Rússia. Em resposta, Putin anunciou o uso de um novo míssil hipersônico experimental, chamado "Oreshnik", que representa uma capacidade de ataque devastadora.
Putin ameaçou retaliar contra os países ocidentais que fornecem armamento à Ucrânia se mais ataques forem realizados em território russo. Durante uma visita ao Cazaquistão, ele elogiou o "Oreshnik", um míssil balístico de médio alcance com capacidade nuclear, capaz de atingir alvos a distâncias entre 3.000 e 5.500 km. Ele afirmou ter conhecimento sobre a localização e a quantidade dos mísseis ATACMS e Storm Shadow dos EUA e do Reino Unido que estão na Ucrânia, sugerindo um ataque iminente a centros de comando em Kiev.
No campo de batalha, as forças russas estão avançando na região leste da Ucrânia, aproveitando um exército ucraniano enfraquecido. Para compensar a falta de tropas, o governo dos EUA, sob a administração de Joe Biden, propôs reduzir a idade mínima para recrutamento militar de 25 para 18 anos.
O possível retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2024 pode representar um ponto de virada no conflito. Crítico das maciças assistência financeira à Ucrânia, Trump prometeu resolver a situação antes de assumir o cargo novamente. O governo ucraniano manifesta preocupação com a possibilidade de ser forçado a negociar em desvantagem, especialmente com a nomeação do general aposentado Keith Kellogg como enviado para a paz. Kellogg já afirmou que a ajuda militar dos EUA à Ucrânia estará condicionada à participação de Kiev em negociações com a Rússia, apontando para um possível adiamento da adesão da Ucrânia à Otan para facilitar essas discussões.