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Quem é Pam Bondi, a nova procuradora-geral dos EUA escolhida por Trump após a desistência de Matt Gaetz?

2024-11-22

Autor: Lucas

Pam Bondi foi escolhida nesta quinta-feira para assumir o cargo de procuradora-geral dos Estados Unidos, em uma decisão de Trump que veio após a desistência de Matt Gaetz, que estava enfrentando uma investigação federal por suposto envolvimento em tráfico sexual.

A primeira indicação de Gaetz já havia causado polêmica devido à sua trajetória, considerada insuficiente para um cargo tão importante. Em contraste, Bondi tem um histórico robusto e será um nome bem recebido entre os aliados de Trump. Nascida em Tampa, na Flórida, ela fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de procuradora-geral do estado, de 2011 a 2019.

Antes de ser procuradora-geral, Bondi passou 18 anos como promotora no Condado de Hillsborough, onde se destacou em casos de violência doméstica e sexual. Sua experiência inclui uma forte atuação em questões de tráfico humano, ressaltando seu compromisso com a justiça social durante sua gestão na Flórida.

A relação de Pam Bondi com Trump começou em 2006, quando ela foi uma das primeiras a apoiá-lo na disputa pela nomeação republicana. Essa aliança se fortaleceu ao longo dos anos, culminando em seu papel como advogada de Trump durante seu primeiro processo de impeachment em 2019, onde ele acabou absolvido. Ela também se tornou comentarista na Fox News, promovendo constantemente a agenda do ex-presidente.

Curiosamente, sua trajetória político-partidária é marcada por uma transição significativa: antes de se aliar aos republicanos, Bondi era membro do Partido Democrata até os anos 2000. Desde então, sua influência dentro do Partido Republicano cresceu exponencialmente. Em 2016, ela foi uma das figuras destacadas na Convenção Nacional Republicana, onde fez uma defesa fervorosa de Trump e criticou a então candidata democrata Hillary Clinton.

Bondi também participou da equipe de transição de Trump e exerceu a presidência do America First Policy Institute, um think tank fundado por ex-assessores de Trump, que se dedica a estabelecer estratégias para um possível segundo mandato.

Se o Senado, dominado por republicanos, aprovar sua nomeação, Bondi terá a missão de supervisionar cerca de 115.000 funcionários do Departamento de Justiça e gerenciar um orçamento de aproximadamente 45 bilhões de dólares. Sua escolha revela claramente a intenção de Trump de reformular o departamento, que ele criticou severamente durante a administração de Joe Biden, acusando de parcialidade.

Após sua saída da Procuradoria-Geral da Flórida, Bondi passou a atuar como lobista, trabalhando na Ballard Partners, uma influente empresa de lobbying da Flórida. Seus clientes incluíram grandes corporações como a General Motors, além de uma organização cristã que atua contra o tráfico de pessoas e uma empresa do Kuwait, conforme registros de atuação de lobby. Com essa nova nomeação, o futuro de Bondi na administração Trump promete ser repleto de desafios e controvérsias, assim como sua trajetória política.