Saúde

'Quero ser um exemplo de vitória no tratamento', revela médico que luta contra a leucemia há oito anos

2024-11-18

Autor: Carolina

Lucas, um jovem de Paraíba do Sul, no Rio de Janeiro, tem se mostrado um verdadeiro exemplo de superação e resiliência ao conviver com a leucemia por quase oito anos. Desde o diagnóstico, em janeiro de 2017, ele tem enfrentado diversos desafios em sua jornada pela saúde, o que, segundo ele, moldou não apenas sua vida pessoal, mas também a sua carreira como médico.

Com apenas 21 anos e no início da faculdade de medicina, Lucas vivenciou desafios que geralmente são discutidos nas salas de aula, mas que agora faz parte de sua realidade. "A leucemia me ensinou a olhar para o mundo de uma maneira diferente. Eu não era apenas um estudante de medicina; eu me tornei um paciente e, a partir daí, uma pessoa que compreende profundamente a vulnerabilidade dos pacientes", compartilha.

Ao ser diagnosticado, Lucas não apresentou os sintomas típicos da doença. Uma forte dor de cabeça o levou a buscar atendimento médico, onde passou por diferentes exames e, após dificuldades diagnósticas, finalmente foi encaminhado a um oncohematologista. "Era uma dor insuportável, que pensei ser estresse devido às provas da faculdade", relembra.

O tratamento inicial envolveu oito ciclos de quimioterapia, resultando em uma remissão, mas a batalha estava longe de acabar. Lucas passou por dois transplantes de medula, sendo o primeiro realizado em 2019, com seu irmão como doador. "O transplante é um procedimento intenso e arriscado, mas a esperança de viver e continuar meus estudos sempre foi o que me motivou", disse ele.

Ano após ano, Lucas viu-se em uma luta constante contra a recidiva do câncer. "Era como um jogo de xadrez, eu entrava em remissão, mas o câncer sempre parecia estar um passo à frente", explica. Em 2022, ele teve acesso ao inovador tratamento com CAR-T cells, que utilizou células do próprio corpo para combater a doença, e logo se viu jogando vôlei apenas dois dias após a alta. No entanto, em março de 2023, Lucas enfrentou mais uma recidiva, levando-o a iniciar novos ciclos de quimioterapia e radioterapia.

O impacto emocional e a força da sua rede de apoio, que inclui seu pai, também médico, foram cruciais nessa jornada. "Meu pai abriu mão de tudo para estar ao meu lado. A presença dele, mesmo nos momentos mais adversos, fez toda a diferença. Ele sempre estava lá, independentemente do tempo ou da situação", conta.

Hoje, Lucas é médico formado e se dedica a atender pacientes com doenças hematológicas. "Quero ser um exemplo de vitória, assim como pessoas que conheci durante minha luta. É importante que os pacientes vejam que a esperança e a cura são possíveis", afirma com determinação.

Lucas ressalta que a medicina, para ele, é mais do que uma profissão, é uma missão de vida. Ele se compromete a fornecer não apenas conhecimento médico, mas também empatia e apoio emocional aos seus pacientes. "Aprendi que, mesmo diante de um cenário desafiador, um médico pode ser a luz no fim do túnel. Sempre acreditarei que, onde houver 1% de chance, devemos dedicar 100% de esforço", conclui.

Seu relato se torna uma fonte de inspiração para todos que enfrentam desafios de saúde. A luta de Lucas nos lembra que a esperança é um componente vital na jornada pela saúde e que, com coragem e apoio, é possível superar adversidades.