Saúde

Raízes Genéticas: A Surpreendente Conexão entre AVC e Histórico Familiar que Você Precisa Conhecer

2024-12-11

Autor: Matheus

A história de Rosemeire dos Santos Porto, uma enfermeira aposentada de 64 anos, natural de Feira de Santana, é um retrato de luta e superação. Em agosto de 2023 e julho de 2024, Rosemeire sofreu dois Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), que não apenas mudaram a sua vida, mas também estão profundamente enraizados em um histórico familiar de predisposição a doenças como diabetes e AVC.

O AVC ocorre quando os vasos que transportam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, resultando em paralisia da área afetada, e é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. Algumas das principais sinais de alerta para um AVC incluem: - Fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especialmente de um lado do corpo; - Confusão mental; - Alteração da fala ou compreensão; - Problemas de visão em um ou ambos os olhos; - Desequilíbrio, tontura ou dificuldade para andar; - Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente.

O Peso da Genética

Rosemeire cresceu em uma família de sete irmãos, onde o diabetes e o AVC eram recorrentes. Seu pai e um dos irmãos faleceram devido a essas doenças. "A maioria dos meus irmãos tem diabetes. Meu pai morreu de AVC e diabetes, e um dos meus irmãos também. Os sintomas que meu irmão teve foram os mesmos que eu experimentei", relembra Rosemeire, evidenciando como a genética pode ser um determinante crucial na saúde.

Fatores como hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, sedentarismo e um histórico familiar aumentam significativamente o risco de AVC. A genética, embora não possa ser alterada, é um indicativo da necessidade de monitoramento da saúde.

A História de Meire

Dona Meire, mãe de Rosemeire, tem 83 anos e também enfrentou problemas de saúde. Ela relata que a diabetes que teve também afeta sua família. "Meu filho mais velho faleceu de AVC e diabetes. O diabetes é familiar, mas hoje está controlado. Trabalhei a vida inteira com costura e, após o AVC da Rose, sou eu quem cuida dela. As pessoas dizem que é Deus que me sustenta", compartilha emocionada.

A Vida Antes e Depois do AVC

Antes dos eventos que mudaram sua vida, Rosemeire trabalhou como enfermeira e administrou um negócio de confecções. "Eu não tinha muitas diversões quando criança. Comecei a ajudar em casa muito cedo e aprendi a costurar cedo também", recorda. No entanto, após o AVC, sua vida teve que passar por uma grande readequação. Além das sequelas físicas, Rosemeire enfrenta desafios emocionais significativos, incluindo episódios de depressão e até tentativas de suicídio.

"A última tentativa foi depois do AVC de agosto de 2023. Eu perdi a alegria e desanimei muito", confessa. O apoio psicológico recebido através do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) tem sido fundamental, mas o desejo de autonomia ainda persiste. "Querendo ou não, gosto de trabalhar e contribuir, mesmo enfrentando todas essas dificuldades."

O Que Dizem os Especialistas

De acordo com o cardiologista Dr. Edval Gomes, fatores hereditários têm um papel importante na saúde cardiovascular. Se um parente próximo teve um evento cardiovascular precoce, isso pode aumentar o risco de outras pessoas na família. "Conversar com seu médico sobre o histórico familiar é essencial para um tratamento eficaz e individualizado", explica. Ele ressalta que diabéticos têm um risco significativamente maior de sofrer um AVC e que o controle rigoroso da diabetes é infalível na prevenção de recorrências.

A psicóloga Priscila Lima acrescenta que os impactos emocionais das sequelas do AVC são profundos. "Oscilações de humor, tristeza e sensação de inutilidade são comuns, e familiares devem estar atentos para encaminhar os pacientes a tratamento psicológico, facilitando adaptações em sua nova realidade", alerta.

Neste contexto, a história de Rosemeire serve como um lembrete poderoso da importância de cuidar da saúde, de estar atento aos sinais e de buscar apoio, não apenas físico, mas também emocional. O histórico familiar pode ser um indicador de riscos, mas a conscientização e a proatividade na saúde podem fazer toda a diferença.