Range Rover por R$ 18 mil? Descubra o que REALMENTE está por trás desse 'brinquedo' chinês!
2024-12-16
Autor: Gabriel
Introdução
Você já imaginou ter um veículo elétrico novinho em folha que custa menos do que um carro popular usado? Essa é a proposta intrigante dos chamados "carros de brinquedo" importados da China, que têm chamado a atenção de influenciadores e consumidores brasileiros.
O que são esses microveículos?
Esses microveículos, vendidos a preços atraentes em plataformas como Alibaba e AliExpress, possuem designs chamativos, muitos deles imitando modelos icônicos de marcas famosas. No entanto, a realidade é que eles enfrentam diversas barreiras legais e de segurança para operar nas ruas do Brasil.
Preços e modelos disponíveis
Os preços desses veículos variam entre R$ 10 mil e R$ 25 mil, sendo alguns deles réplicas impressionantes de carros renomados. Vídeos nas redes sociais mostram influenciadores testando esses modelos em áreas urbanas, embora muitos não sejam homologados para esse uso.
O Mini Range Rover
Um modelo que se destaca é um 'mini' Range Rover, disponível no Alibaba por cerca de US$ 3.000, o que equivale a aproximadamente R$ 18 mil. Embora o carro mostre um design que imita o SUV de luxo, os materiais utilizados são de baixa qualidade e suas dimensões são consideravelmente menores.
Produzido pela Nuoding New Energy Technology, essa réplica se mostra mais acessível que um carrinho de golfe e vem equipada com portas, janelas e até espaço para transportar tacos de golfe. No entanto, mesmo com seu apelo financeiro, o veículo é repleto de falhas, como um painel flexível, acabamento improvisado e peças mal ajustadas. Seu desempenho também deixa a desejar, com uma velocidade máxima de 50 km/h e uma autonomia de apenas 90 km.
A questão da legalização
Marco Fabrício Vieira, representante da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran, alerta: "Para trafegarem nas ruas, esses veículos precisariam ser homologados pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e registrados na Base de Índice Nacional (BIN). Sem isso, a circulação é considerada ilegal." Ele também frisou que utilizar esses veículos de forma irregular pode resultar em multas severas, apreensão e, em casos extremos, até perda do bem.
Classificação tributária: brinquedo ou veículo?
Devido à falta de homologação para o Brasil, muitos desses carros são importados como 'brinquedos' para tentar evitar penalidades quando utilizados em vias públicas. Essa manobra também busca aproveitar alíquotas de importação mais baixas.
Entretanto, o especialista em Direito Tributário, Eduardo Brusasco Neto, adverte: "É crucial frisar que se o automóvel não atende às normas de segurança exigidas no país e não tem autorização para rodar no Brasil, sua circulação, mesmo sendo classificada como brinquedo, continua sendo ilegal."
Características dos microveículos
Os chamados "carros de brinquedo" têm geralmente entre 2 e 3 metros de comprimento e capacidade para até três pessoas. Embora venham com recursos como câmeras de ré, painéis digitais e faróis de LED, itens obrigatórios, como cintos de segurança e airbags, muitas vezes estão ausentes. Além disso, a maioria utiliza baterias de chumbo, que são menos eficientes do que as de íon de lítio, prejudicando o desempenho.
Os microveículos podem atingir velocidades que variam de 30 km/h a 70 km/h, com autonomias entre 50 km e 100 km. Contudo, a qualidade da construção costuma ser alvo de críticas, e avaliações frequentemente mencionam problemas como portas mal ajustadas e acabamentos de baixa qualidade.
Vale a pena essa 'brincadeira'?
Para aqueles que residem em condomínios fechados ou buscam uma opção alternativa de transporte para distâncias curtas, os microveículos podem parecer uma solução divertida comparada aos tradicionais carrinhos de golfe. No entanto, especialistas enfatizam que, sem a devida homologação e registro, que devem ser providenciados pelos fabricantes, esses veículos não estão autorizados a circular nas vias públicas do Brasil.
"Mesmo que pareçam inofensivos, na prática, é complexo escapar de apreensões durante fiscalizações", conclui Marco Fabrício Vieira. No fim das contas, o 'elétrico chinês por R$ 25 mil' pode ser mais um brinquedo oneroso do que uma solução eficiente de mobilidade.
Considerações finais
Não se engane! Antes de investir, informe-se e avalie se vale a pena apostar em um veículo que pode mais trazer dor de cabeça do que comodidade!