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Reação de Haddad ao Aumento da Selic: O Que Isso Significa para a Economia Brasileira?

2025-01-31

Autor: Lucas

Na noite da última quinta-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez importantes declarações sobre o recente aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), agora fixada em 13,25% ao ano, decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (29).

Haddad expressou preocupação com o elevado patamar dos juros, acreditando que essa elevação poderá desacelerar a economia brasileira em 2025. Para 2023, no entanto, ele mantém a projeção de crescimento do PIB em 2,5%, com uma expectativa de melhora chegando a 3,5% em 2024.

Esse aumento da Selic marca a primeira ação sob a presidência de Gabriel Galípolo no Banco Central, que foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Сomos lembrados que Galípolo substituiu o ex-presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que era visto como alinhado com o governo anterior.

"A taxa de juros no Brasil já está no patamar que provoca restrições e desacelera a economia. Estamos prevendo uma redução do crescimento da nossa atividade econômica de 3,5% para aproximadamente 2,5% neste ano, para lidar com as pressões inflacionárias", afirmou Haddad durante a entrevista.

Durante a conversa, o ministro lançou luz sobre a necessidade de agir com cautela. "Se você já tem uma taxa de juros muito elevada, o excesso de remédio pode ser contraproducente. Não é porque digo que o remédio é necessário que devemos tomá-lo em doses excessivas. Isso vale tanto para a política fiscal quanto para a taxa de juros", disse ele. Essa abordagem ilustra a preocupação do governo em encontrar um equilíbrio entre controlar a inflação e estimular o crescimento econômico.

Ao ser questionado sobre a atuação de Galípolo à frente do Banco Central, Haddad foi cuidadoso, afirmando apenas que as pessoas no BC são «de alta competência técnica». Essa resposta pode gerar especulações sobre a confiança do ministro em relação às futuras decisões do banco.

No Palácio do Planalto, o presidente Lula defendeu Galípolo após o aumento da Selic, ressaltando que o presidente do Banco Central "não pode dar um cavalo de pau num mar revolto de uma hora para outra". Ele destacou que a necessidade de aumentar os juros já estava praticamente clara desde a gestão anterior.

Lula enfatizou sua confiança no trabalho de Galípolo, indicando que ele acredita que, com paciência, será possível garantir uma taxa de juros menor para o povo brasileiro. O presidente ainda ressaltou que a decisão do comitê para a nova presidência do BC foi unânime, com dois diretores provenientes do governo anterior, o que reforça a continuidade na política monetária.

Com este aumento, fica a expectativa do mercado sobre as próximas decisões do Banco Central e como isso afetará não apenas a inflação, mas toda a atividade econômica do Brasil, particularmente em um cenário global que continua incerto. Será que o aumento da Selic será suficiente para conter a inflação sem frear o crescimento econômico? O tempo dirá.