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Rebeldes sírios analisam finanças do governo e buscam reconstrução do país após queda de Assad

2024-12-12

Autor: Matheus

Os rebeldes que tomaram o poder na Síria estão atualmente avaliando a situação financeira do governo enquanto iniciam os esforços de reconstrução do país devastado pela guerra.

Recentemente, um ato simbólico de rebeldes foi registrado com a queima do mausoléu que guarda os restos de Hafez al-Assad, antigo líder que governou a Síria por 29 anos e pai do ditador deposto, Bashar al-Assad. Este evento sinaliza não apenas o desejo de mudança, mas também um afastamento completo do legado do regime autoritário que dominou o país por tanto tempo.

Com a perspectiva de um novo governo interino, liderado por Mohammed al-Bashir, a prioridade agora é apresentar uma imagem menos extremista e mais centrada na recuperação do país. No entanto, os resultados dessa tentativa são alarmantes: a Síria se encontra sem reservas em moeda estrangeira, o que agrava a crise econômica já existente.

O primeiro-ministro interino, Mohammed al-Bashir, conversou com o jornal italiano "Corriere della Sera", revelando que o governo possui apenas libras sírias, que estão desvalorizadas, cotadas a 35 mil por dólar. Ele expressou a intenção de repatriar milhões de refugiados que abandonaram o país durante o conflito e expandir o acesso a serviços básicos, um desafio monumental diante da situação atual.

Enquanto isso, no cenário internacional, discussões sobre a possibilidade de fim das sanções econômicas estão lentamente ganhando força, como evidenciado pela informação de que bancos suíços detêm mais de US$ 100 milhões em ativos congelados de indivíduos e instituições vinculadas ao regime Assad.

O líder rebelde, al-Jolani, destacou que os governos estrangeiros não devem temer uma nova escalada do conflito, afirmando: "As pessoas estão exaustas e não querem entrar em outra guerra. O país caminha para o desenvolvimento, reconstrução e estabilidade.”

Entretanto, a tensão persiste, com a possibilidade de disputas internas entre grupos rivais que podem levar a novos ciclos de caos. O norte da Síria viu um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos entre as forças curdas e os rebeldes apoiados pela Turquia, apontando para um diálogo complexo entre os diferentes interesses regionais.

Recentemente, o Papa Francisco, em um apelo no Vaticano, exortou os diversos grupos religiosos da Síria a trabalharem juntos pela paz e a estabilidade necessária para o país. Este foi o seu primeiro comentário público sobre a situação síria após a queda de Bashar al-Assad, onde ele destacou: "Espero que eles encontrem uma solução política que, sem mais conflitos ou divisões, promova responsavelmente a estabilidade e unidade do país."

O futuro da Síria permanece incerto, mas o desejo de reconstrução é palpável entre os que agora ocupam o poder. Qual será o próximo passo nesta jornada instável? Fique atento!