Recompensa de R$ 50 mil oferecida para capturar suspeito de informante no assassinato de delator do PCC
2024-11-19
Autor: Fernanda
A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) iniciou uma busca intensa pelo suspeito de ser o informante no assassinato de Vinicius Gritzbach, um delator do PCC, que foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo. Na manhã desta terça-feira (19), foi anunciada uma recompensa de R$ 50 mil, o valor máximo estipulado por decreto estadual, para quem fornecer informações que levem à captura do acusado.
O homem procurado é Kauê do Amaral Coelho, que possui supostos vínculos com a facção criminosa. A Polícia Civil realizou operações em endereços associados a Kauê, mas ele ainda não foi localizado. Durante os trabalhos, foram cumpridos mandados de busca e apreensão.
No dia do crime, testemunhas afirmam que Kauê foi visto circulando pelo saguão do aeroporto e, ao ver Vinicius se aproximando para desembarcar, ele sinalizou para os criminosos que o aguardavam fora das instalações. Gritzbach estava voltando de Maceió, onde parece ter ido cobrar uma dívida. Na ocasião de sua morte, ele carregava uma bagagem com mais de R$ 1 milhão em joias e itens de valor.
O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, revelou que as imagens das câmaras de segurança do aeroporto foram fundamentais para identificar Kauê, que esteve no local uma hora antes do voo de Vinicius. Além disso, ele possui um histórico criminal que inclui prisão por tráfico de drogas em 2022 e desacato a um agente de trânsito, no qual ameaçou afirmar ser membro do PCC.
A investigação aponta que o assassinato foi cuidadosamente planejado e levanta questões ainda mais sombrias sobre a participação de outros envolvidos, incluindo policiais civis e militares. Os investigadores estão em busca de respostas sobre quem encomendou o assassinato de Vinicius e que outros motivos poderiam estar envolvidos.
Vinicius não era apenas um delator do PCC, mas também tinha um histórico de acusações sérias, incluindo homicídio de dois membros da facção e lavagem de dinheiro. Ele estava respondendo a esses crimes em liberdade, e em abril, uma delação premiada homologada pela Justiça permitiu que ele envolvidos da facção em troca de redução de penas.
Um aspecto alarmante da investigação é o possível envolvimento de agentes de segurança, com pelo menos 13 policiais sendo investigados por suas possíveis ligações com o assassinato. O clima de temor em torno do caso aumentou, principalmente após informações de que um advogado associado ao PCC estaria oferecendo R$ 3 milhões para um policial civil executar Vinicius, revelando a gravidade da corrupção dentro das instituições.
Com a força-tarefa em ação e uma recompensa alta, as autoridades esperam que a busca por Kauê, ainda foragido, possa levar a um desfecho que traga justiça ao caso e esclareça as complexas relações entre crime organizado e corrupção dentro das forças de segurança.