Reviravolta na investigação: PF altera tratamento a ex-chefe do Exército
2024-11-29
Autor: Julia
Reviravolta na investigação: PF altera tratamento a ex-chefe do Exército
BRASÍLIA, DF - A Polícia Federal (PF) modificou a maneira de abordar o ex-comandante do Exército, General Marco Antônio Freire Gomes, durante a investigação que apura uma suposta trama golpista durante a presidência de Jair Bolsonaro.
No início da pesquisa, em novembro de 2023, a PF tinha indícios de que Freire Gomes havia resistido às pressões para participar de um golpe de Estado. No entanto, questionava-se sua omissão em relação às informações sobre a conspiração ilegal, uma vez que era o principal responsável pelas forças armadas.
No entanto, em seu relatório final, a PF retirou a menção à suspeita de omissão relacionada à trama, enfatizando a resistência do general como um fator crucial que impediu a consumação do golpe. A investigação culminou com o indiciamento de Bolsonaro e mais 36 pessoas, acusados de planejar e conduzir a tentativa de golpe, que falhou graças à ação decidida de Freire Gomes e do Alto Comando do Exército, que se mantiveram fiéis à defesa da democracia.
Além da oposição de Freire Gomes, o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica na época, também se destacou por não apoiar a tentativa golpista, embora a relevância do papel do general do Exército fosse maior, dada a força e o poder dessa instituição.
O relatório inicial havia considerado uma nota pública assinada por todos os comandantes das forças armadas como um suporte aos campistas bolsonaristas, que se manifestavam em frente aos quartéis. Essa nota foi percebida como um sinal de apoio militar, o que pode ter influenciado a tentativa de invasão da sede da PF em Brasília em dezembro de 2022 e os ataques aos três poderes em janeiro de 2023.
O contexto político envolveu conversas entre os comandantes e Bolsonaro após a vitória de Lula, onde foram discutidas estratégias de mobilização e bloqueios. As reuniões entre o ex-presidente e os chefes militares ocorreram em um momento crucial que precedeu as ações golpistas, culminando na elaboração de um plano também para deslegitimar o resultado das eleições.
Freire Gomes, que teve uma relação complexa com Bolsonaro, encontrou-se diversas vezes com o ex-presidente após a eleição e, segundo relatos, chegou a ameaçar prender Bolsonaro caso o plano de golpe fosse adiante. Nesta situação tensa, o general justificou suas ações como uma forma de manter a estabilidade e evitar demissões prematuras antes do término do governo.
A investigação e as reviravoltas desse caso ainda atraem a atenção do público e geram debates acalorados nas redes sociais, especialmente quando se trata de defender a democracia e a integridade das instituições no Brasil. Fique atento aos desdobramentos dessa história que continua a moldar o cenário político do país!