Tecnologia

Revolução na Detecção do Câncer de Mama: IA Transformando Resultados de Exames de Sangue

2024-10-03

Autor: Gabriel

Imagine um futuro onde um simples exame de sangue pode determinar se você está em risco de desenvolver câncer de mama. Isso pode não estar tão longe quanto pensamos! A inteligência artificial (IA) está prestes a revolucionar a saúde feminina, trazendo um novo olhar sobre os hemogramas e a detecção precoce do câncer.

Daniella Castro Araújo, uma engenheira de produção com doutorado em inteligência artificial e cofundadora da startup Huna, compartilha uma visão inovadora: ao analisar o hemograma de mulheres, a IA pode indicar quais delas estão em maior risco de ter câncer de mama. "Com isso, planos de saúde e até mesmo o SUS poderiam priorizar as que apresentam riscos elevados para realização de mamografias", sugere Daniella.

Os resultados da Huna, publicados recentemente na revista Nature Scientific Reports, revelam que a ferramenta de IA conseguiu analisar hemogramas de mais de 396 mil mulheres entre 40 e 70 anos, coletados em oito estados brasileiros. Cada exame de sangue foi realizado nos seis meses que antecederam a mamografia, seja ela normal ou suspeita.

A pesquisa revelou que, enquanto realizar mamografias em todas as mulheres teria uma taxa aproximada de detecção de câncer de 1 em 500, focar apenas nas pacientes de alto risco identificadas pela IA aumentaria essa taxa para 1 em 160. Mas atenção: isso não significa que outras mulheres devem ignorar os exames; o objetivo é otimizar recursos e concentrar esforços nas que mais precisam.

Os impactos dessa tecnologia vão além do simples aumento de eficiência. O Dr. Pedro Henrique Souza, diretor médico da Huna, enfatiza que essa abordagem poderá antecipar a detecção de casos em média 16 semanas. Esse tempo precioso pode ser decisivo no tratamento de câncer, um fator que pode salvar vidas.

O que é ainda mais impressionante é que a análise pode ser feita com hemogramas existentes, sem necessidade de novos exames. A IA analisa fatores como a porcentagem de glóbulos vermelhos, a contagem de plaquetas e glóbulos brancos, e outros parâmetros. Essa análise complexa permite a identificação de padrões que podem passar despercebidos por humanos.

Por exemplo, ao invés de olhar apenas para números isolados, a IA considera diversas combinações, como a idade da mulher e valores hematológicos específicos que afetam o risco de câncer. Daniella explica que o padrão que indica risco típico para uma mulher pode ser diferente para outra com idade variada, aumentando a precisão na identificação de casos.

Nos próximos estudos, a equipe da Huna planeja incorporar mais variáveis, como etnia e histórico familiar, além de monitorar marcadores como a proteína C reativa, que estão associados à inflamação, um fator relevante no câncer. O foco será especialmente na faixa etária crítica dos 40 aos 49 anos, onde muitos diagnósticos são feitos.

A expectativa é que essa tecnologia transforme a maneira como abordamos a saúde das mulheres e permita que sistemas de saúde pública integrem a IA nos programas de rastreamento oncólogico, potencializando assim as chances de detecção precoce e diminuição da mortalidade pelo câncer de mama. Se você é mulher, fique atenta: a IA pode ser seu novo aliado na luta contra o câncer. Não perca a oportunidade de se informar e fazer seus exames regularmente!