Ciência

Revolução na Neurociência: Neurônios Podem Mudar de Tipo!

2025-04-19

Autor: Julia

Descoberta Que Pode Transformar a Compreensão do Cérebro

Uma pesquisa inovadora realizada por cientistas do grupo interinstitucional Braingeneers da UC Santa Cruz e UC San Francisco está balançando as estruturas da neurociência tradicional. Os neurônios, até agora considerados células fixas e imutáveis após sua formação no cérebro, demonstraram uma flexibilidade surpreendente!

O estudo publicado na renomada revista iScience revela que a identidade dos neurônios é muito mais maleável do que se acreditava, desafiando conceitos que perduraram por décadas. Utilizando organoides, que são modelos tridimensionais do tecido cerebral, os pesquisadores observaram como os neurônios não apenas se desenvolvem, mas também se adaptam.

Plasticidade Neuronal Inesperada

Os resultados mostram que os neurônios podem mudar sua identidade, sugerindo uma nova forma de plasticidade neuronal. Segundo Mohammed Mostajo-Radji, um dos principais autores do estudo, essa descoberta exige uma reavaliação de como entendemos a natureza dos neurônios e a influência que fatores ambientais têm sobre eles.

Novos Modelos de Células Cerebrais em Laboratório

O estudo se concentra no córtex cerebral, que contém 80% de neurônios excitatórios e 20% de neurônios inibitórios. Dentre estes últimos, 60% são positivos para parvalbumina (PV+), uma proteína essencial para a transmissão rápida de informações. Os neurônios PV+ têm ligações com distúrbios como autismo e esquizofrenia, tornando seu estudo vital para entender o desenvolvimento cerebral.

Mostajo-Radji afirma que a criação desses neurônios em laboratório, utilizando estruturas 3D que imitam o cérebro real, é um grande avanço. Essa técnica promete facilitar a investigação das doenças neurológicas e psiquiátricas, possibilitando a construção de modelos cerebrais mais precisos.

Mudanças de Identidade Neuronal: Um Achado Surpreendente

Os pesquisadores não pararam nas descobertas iniciais. Ao introduzir um outro tipo de neurônio inibitório, conhecido como somatostatina, nos organoides 3D, notaram que alguns neurônios desse tipo estavam se transformando em neurônios PV+. Essa transição, ainda não completamente compreendida, levanta questões intrigantes sobre a flexibilidade das células cerebrais.

"Essa possibilidade de mudança de identidade em neurônios também poderá ocorrer em células vivas no cérebro", sugere Mostajo-Radji, destacando uma nova avenue de pesquisa que muitos laboratórios estão começando a explorar.

O Caminho à Frente: Novas Fronteiras na Pesquisa Cerebral

Com pistas sobre as vias genéticas envolvidas na transição de subtipos neuronais, os cientistas estão ansiosos para investigar também as células excitatórias para entender como elas afetam os neurônios inibitórios. Essa nova perspectiva sobre a plasticidade cerebral nos organoides 3D abre um leque de possibilidades para a pesquisa sobre desenvolvimento cerebral e terapia celular, utilizando células do próprio paciente para regenerar partes danificadas.

O futuro da neurociência parece promissor e repleto de descobertas que podem mudar a forma como compreendemos o cérebro humano!