Saúde

Revolução Sobre Duas Rodas: Como Pedalar Pode Transformar a Vida de Pacientes com Parkinson

2024-10-08

Autor: João

Um novo estudo publicado na renomada revista Plos One revela um potencial impressionante do ciclismo no tratamento de pacientes com Parkinson. A pesquisa realizada por cientistas das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Paraná (UFPR), em colaboração com instituições do Reino Unido, mostra que pedalar pode reorganizar a atividade cerebral e ativar a produção de dopamina, trazendo alívio significativo para os sintomas da doença, como os tremores.

Os pesquisadores monitoraram a atividade elétrica do cérebro de 24 indivíduos saudáveis usando eletrodos no couro cabeludo, analisando a atividade cerebral em repouso e durante dois minutos de pedalada em bicicletas ergométricas. A escolha por este tipo de bicicleta facilita os registros, uma vez que minimiza ruídos externos, conforme explica John Fontenele Araújo, neurocientista e líder do estudo.

Os resultados foram surpreendentes: a atividade cerebral dos participantes mostrou-se menos intensa e mais organizada durante o exercício em comparação ao estado de repouso. "Quando a pessoa pedala, há uma ativação focada de um conjunto específico de neurônios, permitindo uma melhor concentração e eficiência cerebral", afirma Araújo.

Além do alívio imediato, onde os tremores podem desaparecer temporariamente com o movimento, a prática regular do ciclismo pode auxiliar a longo prazo na gestão da doença. Ao estimular simultaneamente os membros inferiores, o ciclismo promove a liberação de dopamina, neurotransmissor essencial para o controle motor e que é afetado pela degeneração neuronal característica do Parkinson.

Araújo destaca que a pedalada não apenas ajuda a acalmar os sintomas relacionados ao Parkinson, mas também pode atuar como uma prevenção contra o surgimento de outras enfermidades neurodegenerativas. Ele ressalta que mesmo uma atividade leve já é suficiente para ativar os circuitos de dopamina do cérebro.

Os pesquisadores acreditam que, ao continuar esse tipo de exercício, não só a qualidade de vida dos pacientes pode melhorar, como também podem aumentar as chances de explorar novos tratamentos possíveis para o Parkinson nos próximos anos. "Embora os tremores possam não desaparecer completamente, o objetivo é sempre a melhoria na qualidade de vida e o controle da progressão da doença", conclui Araújo, abrindo as portas para uma nova esperança aos pacientes e suas famílias.