Risco-país da Argentina despenca e atinge a menor marca desde 2018! Quais as consequências dessa reviravolta?
2025-01-07
Autor: Lucas
O clima econômico na Argentina começa a apresentar sinais de esperança com a recente queda do índice de risco-país, atingindo o menor nível desde maio de 2018. Os investidores estão cada vez mais otimistas em relação aos ativos argentinos, acreditando que uma recuperação econômica robusta está a caminho em 2025, especialmente após a implementação das medidas drásticas do governo do presidente Javier Milei.
Nesta terça-feira (7), o índice EMBI, que mede o risco dos títulos argentinos em relação à dívida dos Estados Unidos, teve uma queda significativa de mais de 100 pontos-base, agora situado em 454. Isso sugere uma confiança crescente entre os investidores, que vêem o país tomando medidas eficazes para melhorar sua saúde fiscal.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que a Argentina pode registrar uma retração de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2024, mas projecta um crescimento impressionante de 5% para 2025.
As medidas austeras implementadas por Milei, conhecidas como "Plano Motosserra", incluem cortes profundos de gastos públicos e desregulamentação econômica, em um esforço para eliminar a hiperinflação que superou 211% até dezembro de 2023. Embora os superávits fiscais estivessem em alta – com o país registrando seu 11º superávit consecutivo em novembro – o preço a pagar para a população tem sido elevado, especialmente para os mais pobres.
Apesar da ascensão do saldo positivo nas contas públicas, a pobreza disparou, afetando agora mais da metade da população, com taxas de desemprego alarmantes refletindo a dura realidade econômica enfrentada por muitos argentinos. A transição para um mercado livre e desregulamentado trouxe alívio para alguns setores, mas também implicou um aumento nos custos de vida, com preços de serviços essenciais como transporte e energia subindo exponencialmente.
Além disso, a Argentina possui um acordo de recompra de US$ 1 bilhão com cinco bancos e está aguardando a renegociação de uma dívida massiva de US$ 44 bilhões com o FMI, o que poderia ampliar ainda mais a confiança dos investidores. A gestão de reservas estrangeiras também teve uma melhora, patrimônio crucial para estabilizar a moeda local e impulsionar a economia em uma trajetória de recuperação.
Num ambiente de crescente otimismo, uma pergunta persiste: consegue Milei equilibrar suas políticas impopulares com a necessidade urgente de recuperação econômica? Com a expectativa de um crescimento acelerado em 2025, todos os olhos estão voltados para as próximas decisões do governo e como elas afetarão o futuro econômico da Argentina.
No entanto, a transformação radical que Milei propôs levanta inquietações entre a população: até onde esses cortes e reformas podem ir antes que as consequências sociais se tornem insuportáveis? Se a recuperação econômica não vier rapidamente, a paciência dos argentinos poderá se esgotar, levando a um cenário ainda mais tumultuado na política e na economia do país.
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