Após sentir intensas dores, Gonçalo Pedro da Conceição, de 61 anos, um paciente com câncer em estágio terminal, pediu aos familiares que acionassem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para que o levassem ao Hospital do Câncer de Mato Grosso (Hcan-MT). No entanto, os médicos do Samu se negaram a prestar o atendimento necessário, alegando que Gonçalo se encontrava "clinicamente bem". Esse triste episódio ocorreu no final da tarde deste domingo, em Cuiabá.

De acordo com informações fornecidas à reportagem do Estadão Mato Grosso por familiares, Gonçalo foi diagnosticado com câncer de garganta cerca de seis meses após se submeter a uma cirurgia. Desde então, a sua saúde se deteriorou, levando o paciente a solicitar assistência médica em um momento de crise.

Os paramédicos compareceram à residência de Gonçalo, localizada na área do porto da cidade, mas reafirmaram que não poderiam transportá-lo, indicando que a responsabilidade de levá-lo ao hospital era da família, uma vez que o Hcan não tinha uma porta de entrada que permitisse a intervenção deles.

Família de Gonçalo se sentiu indignada com a atitude dos socorristas, classificando a situação como um verdadeiro descaso. "Simplesmente deixaram o paciente, viraram as costas, pegaram a ambulância e foram embora", comentou um dos familiares, visivelmente frustrado.

Após a negativa do Samu, a família conseguiu levar Gonçalo ao Hcan por conta própria. Até o momento, não há atualizações sobre a condição de saúde do paciente, mas a situação destaca uma preocupante questão sobre os critérios e protocolos de atendimento de emergência em casos de pacientes graves.

É inaceitável que recorramos a serviços de emergência que não priorizam a urgência e a gravidade das condições dos pacientes. Essa história levanta um alerta não apenas sobre as medidas de atendimento, mas também sobre a importância de humanização no serviço de saúde.