Com a mudança de administrações nas prefeituras, um antigo problema se destaca: os profissionais de saúde lutando para receber pelos serviços prestados. Em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, médicos que atuam como "Pessoa Jurídica" estão enfrentando um grave atraso nos pagamentos, não recebendo seus honorários desde setembro.

Preocupados com a situação, os médicos estão organizando uma reunião online com a direção do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) na próxima segunda-feira (11/11) para discutir as pendências e pressionar por soluções. Samuel Pires, diretor de Relações do Trabalho Médico do sindicato, afirmou: "Já são 60 dias sem receber. Precisamos que a população entenda que os médicos também têm contas a pagar, como qualquer outro profissional". Ele ainda destacou que a saúde em Santa Luzia está sob gestão terceirizada.

Na última sexta-feira (8), o Sinmed-MG divulgou uma nota expressando indignação e repúdio à falta de respeito com os médicos da categoria. A situação é alarmante: a dívida em relação aos honorários está nas mãos da organização social RCS Soluções Médicas, e a denúncia aponta que a Prefeitura de Santa Luzia não está realizando os repasses necessários.

Além do atraso nos pagamentos, os médicos relataram a necessidade de melhorias nas condições de atendimento e a falta de diálogo efetivo entre eles e a organização social. Esse não é um problema novo; atrasos semelhantes ocorreram anteriormente, trazendo sérios prejuízos para os profissionais envolvidos.

O Sinmed-MG está tomando as devidas providências, buscando diálogo com a prefeitura e avaliando possíveis ações jurídicas para garantir os direitos dos médicos. Curiosamente, o atual prefeito, Pastor Sérgio, não foi reeleito e não deixou um sucessor, o que levanta preocupações sobre como a nova gestão lidará com a situação. "De fato, isso pode ser empurrado para a próxima administração, e os profissionais ficarão à deriva", alertou Samuel Pires.

Após toda a pressão, a Secretaria Municipal de Saúde de Santa Luzia revelou que os pagamentos aos médicos da RCS foram realizados na sexta-feira (8), um dia antes do limite oficial. Eles explicaram que, como esses profissionais são contratados como Pessoas Jurídicas, têm um prazo de 30 dias para emitir notas fiscais após o mês trabalhado. A mudança no cronograma de pagamentos gerou confusão e uma sensação de atraso, que, segundo a Secretaria, pode não refletir a verdade.

Atualmente, há 44 médicos no sistema Pessoa Jurídica em Santa Luzia, sendo 19 da RCS. A maioria deles participa do programa Mais Médicos, que visa garantir a cobertura de saúde em áreas carentes. No entanto, a instabilidade financeira e a falta de salário em dia podem acabar desmotivando esses profissionais a continuar suas atividades na região, colocando em risco o atendimento da população.

A população de Santa Luzia espera ansiosamente por uma solução para essa questão, enquanto os médicos se mobilizam em busca de justiça e respeito.