Santander Aponta Teto para a Selic em meio a Tarifação
2025-04-23
Autor: Julia
Banco Central em Foco: Expectativa de Aumento da Selic
NOVA YORK – O Banco Central do Brasil deve elevar a Selic para um patamar máximo de 15,25% nas próximas duas reuniões, embora o aumento possa ser moderado, de acordo com a economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi. Essa análise é feita em um contexto de guerra tarifária que pode impactar a economia.
Impacto da Guerra Tarifária e Políticas Monetárias
Conforme Vescovi explicou durante um evento do Santander em Nova York, enquanto a política monetária influencia a demanda, uma perturbação na oferta pode forçar o BC a adotar uma postura mais cautelosa. A expectativa é de que cortes nas taxas comecem em dezembro, mesmo com a pressão fiscal em alta.
Projeções para a Economia Brasileira até 2027
Mesmo diante dos desafios, Vescovi acredita que a taxa de juros reais ajudarão a trazer a inflação para a meta de 3% até 2027. Desde a pandemia, o Brasil experimentou um crescimento do PIB entre 3% e 3,5%, impulsionado por fatores conjunturais e reformas estruturais, embora a previsões para este ano indiquem uma desaceleração para cerca de 2%.
Demanda em Alta Apesar dos Desafios
A combinação de estímulos fiscais com um cenário de aumento dos juros tende a manter a demanda aquecida e a inflação em um patamar elevado. Vescovi ressalta a importância da independência do Banco Central no combate à inflação, enfatizando que ajustes fiscais são essenciais para reduzir custos de capital.
Desafios Estruturais e a Necessidade de Reformas
"O Brasil enfrenta um desafio estrutural significativo", afirma Vescovi. "Há uma década, percebemos a necessidade de reformas fiscais sérias; embora complexas, essas mudanças estão se tornando cada vez mais reconhecidas como fundamentais para o futuro econômico do País."