SBT Ignora Caso de Demissão de Jornalista com Câncer e Provoca Revolta Pública
2025-01-08
Autor: Mariana
247 - Uma funcionária do SBT, que luta contra o câncer desde 2019, foi demitida de maneira abrupta, causando indignação e um debate fervoroso sobre direitos trabalhistas e questões éticas. A informação, que começou a circular nas redes sociais, foi primeiramente divulgada pela coluna Fábia Oliveira, do portal Metrópoles. Com 48 anos, ela estava atuando na produção do telejornal SBT Brasil e dependia do plano de saúde fornecido pela empresa para tratar sua doença, com um custo que pode superar os R$ 40 mil por mês.
Após a repercussão do caso, Daniela Beyruti, presidente do SBT e filha de Silvio Santos, comentou em suas redes sociais: “Não estou sabendo disso. Vou investigar”. Apesar da declaração, a emissora não se manifestou oficialmente até agora, deixando a ex-colaboradora em um limbo de incertezas sobre seu futuro.
Em uma entrevista emocional à coluna Fábia Oliveira, a ex-funcionária declarou que a perda do convênio foi como uma “sentença de morte”. “Fiquei apavorada, sem o convênio não consigo continuar o tratamento”, lamentou. O plano de saúde foi crucial para que ela pudesse ter acesso ao Hospital Sírio-Libanês e à medicação Lorbrena, fundamental para controlar a progressão do câncer, que não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O SBT garantiu a manutenção do convênio por apenas seis meses após a demissão. Passado esse período, a continuidade do plano dependia de um pagamento que ela não poderá fazer: “Pedi pelo amor de Deus para me deixar com o convênio, senão posso morrer”, desabafou, emocionada.
A jornalista já tomou providências legais para contestar a demissão. “Meu advogado está preparando os documentos para pedir minha reintegração na Justiça. O Sindicato dos Jornalistas também solicitou uma reunião com a TV, mas ainda não tivemos retorno”, explicou.
O Que Diz a Lei?
Conforme o advogado Yuri Marques Peçanha, não existem impedimentos legais para a demissão de um funcionário em tratamento contra o câncer, exceto quando a doença é resultado das condições de trabalho. “A demissão só estará bloqueada se a doença for consequência da atividade funcional”, afirmou. No entanto, o advogado ressaltou que a demissão pode ser considerada discriminatória se houver comprovação de que o desligamento ocorreu exclusivamente devido ao estado de saúde da funcionária. “O empregado precisa provar que o empregador sabia de sua condição de saúde e do tratamento. O empregador, por sua vez, deve demonstrar que a demissão foi por outros motivos, como desempenho”, detalhou.
Repercussão e Solidariedade
Colegas de trabalho da jornalista e representantes de sindicatos manifestaram apoio à ex-funcionária, gerando uma onda de críticas à postura da emissora nas redes sociais. Internautas clamam por mais empatia e responsabilidade social por parte do SBT. A repercussão crescente do caso revela a necessidade urgente de discussões sobre políticas mais justas que protejam trabalhadores em situações de saúde vulneráveis, especialmente em um momento onde histórias assim se tornam cada vez mais comuns.
Enquanto aguarda um desfecho, a jornalista teme perder o acesso ao tratamento que mantém sua saúde estável. Essa situação não apenas expõe as fragilidades do sistema trabalhista atual, mas também evidencia a urgência de um debate amplo sobre a proteção de direitos de todos os trabalhadores enfrentando doenças graves.