Saúde

Seminário debate a inclusão das terapias integrativas no sistema de saúde municipal

2024-11-23

Autor: Lucas

No último sábado (23), Feira de Santana foi palco de um seminário promovido pelo Fórum Popular de Saúde, em colaboração com o Coletivo de Terapeutas de Práticas Integrativas. O evento reuniu aproximadamente 50 pessoas no Centro Social Urbano para discutir a implementação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) dentro do município. Com a presença de terapeutas, educadores e representantes do Conselho Estadual de Saúde, o foco principal foi a formulação de políticas públicas que integrem essas terapias ao Sistema Único de Saúde (SUS.)

A enfermeira Dart Clair destacou a relevância das Pics no contexto laboral, mencionando que muitas pessoas adoeceram durante a pandemia e que as terapias alternativas proporcionam uma abordagem que elimina a dependência de medicamentos. "As Pics têm um papel crucial para a saúde dos trabalhadores, especialmente no que diz respeito ao alívio de doenças como a enxaqueca, que eu mesma tratei com auriculoterapia", compartilhou.

A terapeuta holística e psicóloga Catiane Costa também enfatizou a importância das terapias integrativas e sua validação profissional, afirmando que elas não devem ser vistas como serviços de caridade, mas como uma profissão legítima e viável.

Adroaldo Santos, coordenador do Fórum, reiterou que a discussão sobre a implementação das Pics no município ainda está em fase inicial, embora já se vislumbre alguns avanços. Ele mencionou que o SUS já conta com uma política nacional que reconhece cerca de 29 modalidades de práticas integrativas, como Reiki e cromoterapia, e a importância de um diálogo entre diversos setores da sociedade para que as políticas públicas sejam efetivadas.

Durante o seminário, a professora Suzy Barboni da Uefs ressaltou que as Pics não devem competir com outras profissões da saúde, mas sim integrá-las. Ela também criticou o acesso limitado às terapias integrativas para as populações de baixa renda e enfatizou a necessidade de trazer essas práticas ao setor público, tornando-as acessíveis a todos.

O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Gêmeos, afirmou que a falta de vontade política ainda é um dos principais obstáculos à implementação das Pics, mesmo com leis estaduais e portarias nacionais já existentes. Ele citou que cidades baianas como Amargosa e Rio de Contas estão se destacando na implementação dessas terapias e que o modelo de saúde deve se direcionar a promover bem-estar, especialmente em um cenário pós-pandemia, onde muitos enfrentam problemas relacionados à saúde mental.

Os países como China, Japão e Índia têm mostrado através de suas experiências que a integração das terapias não só é possível, mas extremamente benéfica tanto para a saúde pública quanto para a economia do setor. Marcos finalizou sublinhando a necessidade de promover educação e conhecimento acerca das terapias integrativas, para que as pessoas compreendam e valorizem essas práticas.

Neste contexto, o seminário serviu não apenas como um espaço de discussão, mas também como um ponto de partida para a construção de um futuro onde as terapias integrativas sejam parte integrante do cuidado à saúde da população.