O julgamento dos três ex-policiais rodoviários federais acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado contra o agricultor Genivaldo de Jesus Santos teve início nesta terça-feira (26) no Fórum Estadual da Comarca de Estância, a cerca de 70 quilômetros de Aracaju, Sergipe.

O caso remonta ao dia 25 de maio de 2022, quando Genivaldo foi abordado enquanto pilotava uma motocicleta sem capacete. Após a abordagem, os agentes da Polícia Rodoviária Federal o colocaram em uma viatura, onde utilizaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo, resultando em sua morte por asfixia. O caso gerou revolta na comunidade e levantou questões sobre a violência policial e os direitos humanos no Brasil.

Em outubro do ano passado, a Justiça Federal condenou a União a indenizar a família de Genivaldo em mais de R$ 1 milhão por danos morais, reconhecendo a responsabilidade do Estado pelos atos dos seus agentes, independentemente de culpa ou intenção dos envolvidos.

Além disso, a mãe e o filho de Genivaldo já haviam recebido indenizações de R$ 400 mil e R$ 500 mil, respectivamente, em um processo anterior, o que evidencia o impacto emocional e psicológico que a tragédia causou na família.

Agora, a expectativa é de que o julgamento dure vários dias, com os sete jurados se mantendo incomunicáveis durante o processo. A primeira sessão está prevista para ser encerrada às 20h de hoje, e muitos manifestantes e defensores de direitos humanos aguardam do lado de fora do tribunal, clamando por justiça e um fim à impunidade.

Esse caso destaca a urgente necessidade de uma reforma na Policia e um olhar mais crítico sobre o uso da força por parte das autoridades no Brasil. Enquanto o país debate a segurança pública e os direitos civis, o julgamento promete trazer à tona questões profundas sobre responsabilidade, ética e a luta por um sistema de justiça mais justo.