Servidoras e Servidores do João XXIII Protestam e Cirurgias Eletivas São Adiadas: ‘Situação Insustentável’
2025-04-22
Autor: Carolina
Paralisação em Massa Reduz Atendimento no Hospital João XXIII
Nesta terça-feira, 22 de abril, o Hospital Pronto-Socorro João XXIII passa por uma paralisação significativa, com dezenas de servidores ausentes por 12 horas, resultando em um atendimento reduzido aos pacientes internados. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) afirma que cerca de 50% da equipe, incluindo técnicos de enfermagem, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, pararam suas atividades em protesto.
Embora as cirurgias de emergência permaneçam em operação, os procedimentos agendados foram cancelados, levando a uma situação extrema onde a dificuldade de atendimento se agrava. Luciana da Conceição Silva, diretora do Sind-Saúde/MG, enfatiza: “Não dá para continuar assim. O volume de trabalho é insustentável. Com 50% dos servidores paralisados, nossa capacidade operacional diminui drasticamente.”
Causas do Protesto: A Crise na Saúde
Esse movimento é uma reação à sobrecarga imposta pela interdição do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), que costumava ajudar no atendimento cirúrgico e agora deixou o João XXIII sobrecarregado com outros 200 procedimentos mensais. A situação se torna ainda mais crítica com a atual liminar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) que paralisa o processo de terceirização da gestão do HMAL.
Preservar atendimentos de urgência resultou em atrasos substanciais nos procedimentos eletivos. Os relatos de servidores indicam um ambiente de grande tensão e exaustão, com adiamentos constantes de cirurgias. Um médico cirurgião do HMAL, agora atuando no João XXIII, confirma a confusão e afirma: “Estamos enfrentando um caos; a demanda de urgência é uma constante e prejudica diretamente os atendimentos eletivos.”
Pacientes Sofrem Com a Situação
Enquanto isso, na porta do João XXIII, pacientes expressam sua aflição. Uma mulher de 53 anos, aguardando atendimento há quase duas semanas, relata dores intensas no quadril. Já Brenda Ayala, de 22 anos, está desesperada após ser informada de que aguardaria mais de três dias por uma consulta com um otorrinolaringologista, após um incidente doméstico que resultou em sangramento excessivo de um ouvido.
O próprio pessoal do hospital também confirma a lentidão dos atendimentos, que se agravam devido à paralisação. Enquanto isso, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) afirma que o atendimento essencial está mantido, embora os servidores contestem essa alegação.
O Futuro é Incerto
Diante de toda essa pressão, a Direção do Sind-Saúde/MG admite que novas paralisações são uma possibilidade real, e uma greve não está descartada se a situação não for resolvida. O futuro do atendimento no Hospital João XXIII depende do diálogo entre os servidores e a administração do Estado, enquanto os pacientes continuam sofrendo com o colapso do sistema.
A comunidade aguarda respostas e soluções urgentes para essa crise que vem afetando não apenas os trabalhadores da saúde, mas todos os que dependem dos serviços médicos.