No último sábado, sete indivíduos associados a Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, foram detidos em flagrante por forçarem moradores de Brás de Pina e Penha Circular, na Zona Norte do Rio, a utilizarem serviços de internet e streaming oferecidos pela facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). As prisões ocorreram na Rua Cintra, na Penha Circular, em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar.

Os detidos – Davi de Araújo Torres, Windson Gervasio da Silva, Macrini Ferreira de Souza, Eduardo de Araújo Miranda, Gabriel dos Santos Cândido, Lucas Weslley do Nascimento Evangelista e Dayane Cristina Albino Gonçalves – enfrentarão acusações de integração em organização criminosa, enquanto a investigação avança na 22ª DP (Penha).

Segundo as autoridades, Peixão tem consolidado o seu domínio territorial por meio de barricadas e a presença armada de seus homens nas ruas. Além disso, ele exerce um monopólio de serviços de internet, orquestrando o roubo de equipamentos de operadoras como Oi, Vivo, Tim e Claro, fatores que têm gerado uma percepção de segurança e dependência entre a população local.

Recentemente, a polícia também intensificou suas ações contra a infraestrutura do tráfico. Em março, uma operação destruiu um luxuoso resort propriedade de Peixão em Parada de Lucas, parte do Complexo de Israel. A construção, que possuía áreas de lazer como um lago artificial e uma academia, foi erguida de forma irregular em área de preservação ambiental e estava associada a atividades de festa e shows clandestinos.

Estima-se que interferências políticas tenham atrasado operações para demolir esse e outros imóveis relacionados ao tráfico, com informações vazadas prejudicando os esforços da polícia. A tese de que o tráfico opera sob um regime de intimidação e controle sobre a comunidade está se fortalecendo, especialmente nos complexos dominados por Peixão, onde execuções e desaparecimentos se tornaram comuns.

Peixão, uma figura proeminente no tráfico de drogas, possui uma história marcada por atos de violência e controle absoluto sobre as comunidades sob seu domínio, que se estendem não apenas pelo Rio, mas também por áreas adjacentes em Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Ele é conhecido por suas táticas de intimidação, incluindo a proibição do uso de roupas brancas, em clara intolerância religiosa. Esse comportamento evidencia uma faceta sombrio do tráfico, onde a opressão é uma constante.

Em matéria de poder bélico, o arsenal de Peixão impressiona. Uma operação policial realizada em maio apreendeu armamentos avaliados em mais de R$ 1 milhão, incluindo metralhadoras capazes de perfurar blindagens e destruir aeronaves, além de fuzis e granadas. Esse arsenal revela a gravidade da situação e a necessidade urgente de uma resposta contundente das autoridades.

A crescente onda de crimes e a intimidação sistemática sob o controle de Peixão necessitam de um esforço conjunto entre a população, as autoridades e as instituições para restaurar a ordem e garantir a segurança de todos.