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Setor Público Brasileiro Registra Superávit Histórico de R$ 104 Bi em Janeiro

2025-03-14

Autor: Julia

O setor público consolidado no Brasil, que inclui União, Estados, municípios e empresas estatais, alcançou um superávit primário impressionante de R$ 104,1 bilhões em janeiro de 2025.

Conforme o relatório "Estatísticas Fiscais" divulgado pelo Banco Central na última sexta-feira, dia 14 de março de 2025, esse resultado representa um aumento de 1,96% em comparação ao mesmo mês de 2024, que havia encerrado com um déficit de R$ 102,1 bilhões. Esses dados são expressos em valores nominais e são calculados considerando a diferença entre receitas e despesas, desconsiderando o pagamento de juros da dívida.

Historicamente, janeiro é um mês em que as contas do governo tendem a ficar no azul devido ao aumento da arrecadação no início do ano, impulsionado por impostos e contribuições.

No acumulado de 12 meses, o déficit primário foi de R$ 45,6 bilhões em janeiro, o que equivale a 0,38% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse é o menor nível desde junho de 2023, quando houve um déficit de R$ 24,3 bilhões. Esse resultado positivo pode ser um indicativo de que a economia brasileira está se recuperando, mas ainda existem desafios pela frente.

As contas públicas são consideradas deficitárias quando as despesas superam as receitas, e o superávit ocorre quando há mais receitas do que despesas.

CONTAS DO GOVERNO, ESTADOS E MUNICÍPIOS

O governo central, no entanto, apresentou um déficit primário de R$ 83,1 bilhões em janeiro de 2025, refletindo uma inversão em relação ao saldo positivo de R$ 81,1 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior. Essa variação corresponde a uma diminuição de 2,3%, ou R$ 1,8 bilhão, sinalizando que o governo federal ainda enfrenta dificuldades para controlar suas contas. Esses números são essenciais para o cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo Tesouro Nacional, embora haja algumas diferenças metodológicas a serem consideradas.

Os Estados e municípios, por outro lado, lograram alcançar um superávit primário de R$ 22,0 bilhões, embora tenha havido uma queda de 2,5% em relação ao primeiro mês de 2024, quando o superávit foi de R$ 22,5 bilhões.

ESTATAIS

As empresas estatais contribuíram para o panorama fiscal de forma negativa, registrando um déficit de R$ 1 bilhão em janeiro, o que representa uma redução de 39% em comparação ao déficit de R$ 1,7 bilhão do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o resultado primário das estatais ainda permanece negativo em R$ 7,4 bilhões, refletindo um aumento anual de 322%, mas uma retração mensal de 7,9%.

Esses dados indicam uma complexidade nos desafios fiscais enfrentados pelo Brasil, onde enquanto algumas esferas apresentam resultados positivos, outras ainda lutam contra déficits significativos. O governo se vê diante da necessidade urgente de implementar reformas e medidas que assegurem a saúde fiscal a longo prazo.