Sherpas do G20: os verdadeiros arquitetos da diplomacia global
2024-11-17
Autor: Ana
Antes que os holofotes se voltem para os líderes das maiores economias do mundo, um grupo discreto, mas essencial, trabalha nos bastidores para preparar o caminho da diplomacia global: os sherpas do G20. Eles são os artífices responsáveis por conectar diferentes áreas do governo com delegações internacionais, criando um espaço propício para o diálogo e a negociação.
O termo "sherpa" vem da língua tibetana, referindo-se ao povo que vive nas montanhas do Himalaia e que guia alpinistas rumo ao cume do Everest. Assim como esses guias montanheses, os sherpas do G20 desempenham um papel estratégico na articulação de acordos internacionais e mediação de interesses entre os países-membros. Eles são emissários diretos dos líderes, preparando o terreno para os debates que definirão o rumo da economia global.
Com o Brasil assumindo a presidência do G20 em 2024, o embaixador Maurício Lyrio se destaca como o sherpa brasileiro, liderando uma equipe composta por 15 grupos de trabalho e diversas iniciativas focadas em questões como agricultura, comércio, meio ambiente, saúde e empoderamento das mulheres. O que muitos não sabem é que essas discussões não se limitam apenas ao que será debatido durante a cúpula; os sherpas estão envolvidos durante todo o ano, monitorando e ajustando negociações para que sejam apresentadas soluções viáveis em meio a interesses complexos.
A cúpula dos líderes do G20 acontecerá no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, um espaço que passou por reformas significativas para receber dignitários e líderes mundiais. O evento contará com a participação de dezenove nações, além da União Africana e da União Europeia, tornando-se um momento crucial de diálogo e tomada de decisões em questões que afetam o planeta.
Sob a presidência brasileira, três temas foram priorizados: o combate à fome, à desigualdade e à pobreza; o enfrentamento das mudanças climáticas e soluções sustentáveis; e a necessidade de uma governança global que amplie a representatividade dos países emergentes. O mundo está de olho no G20 e, enquanto isso, os sherpas continuam a trabalhar incansavelmente em segundo plano, moldando o futuro da diplomacia e da economia global.