"Síndrome da Turbina Eólica": um fenômeno alarmante que preocupa a saúde pública no Brasil
2025-01-13
Autor: Carolina
Energia Eólica no Brasil
A energia eólica já desempenha um papel crucial na matriz energética brasileira, correspondendo a 20% de toda a eletricidade consumida no país, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Até 2023, Pernambuco contava com 890 parques eólicos espalhados por 12 estados, com uma capacidade superior a 25 gigawatts. A maioria dessas instalações está na região nordeste, que viu um crescimento de até 21% no PIB regional devido a esse setor.
Preocupações com a Saúde Pública
No entanto, um estudo recente da Fiocruz Pernambuco em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE) revelou preocupações inquietantes sobre a saúde da população que reside nas proximidades desses parques eólicos. A investigação indicou que moradores próximos às turbinas estão enfrentando uma série de problemas de saúde, levando à denominação da "síndrome da turbina".
Impactos da Localização das Turbinas
As turbinas eólicas, que precisam de condições ideais de vento, são muitas vezes localizadas em áreas rurais e litorâneas. Contudo, 90% do estado de Pernambuco está dentro do que é conhecido como "Polígono das Secas", o que dificultou ainda mais a qualidade de vida local.
Sintomas Relatados pelos Moradores
O estudo da Fiocruz revelou que muitos dos moradores em regiões perto das turbinas relataram sintomas como dores de cabeça, insônia, ansiedade e irritabilidade. Aproximadamente 70% dos entrevistados expressaram o desejo de se mudar, enquanto 66% relataram usar medicamentos para dormir, incluindo crianças e idosos. Horrivelmente, 54% afirmaram ter perda auditiva, e 31% mencionaram incômodo visual devido ao efeito estroboscópico gerado pelas lâminas das turbinas.
Alergias e Dermatites
Curiosamente, 41% dos envolvidos no estudo também relataram alergias e dermatites, possivelmente agravadas pela poeira e resíduos gerados pelo funcionamento dos parques. É alarmante notar que as turbinas podem atingir alturas entre 140 e 185 metros, rivalizando com prédios de até 56 andares.
Iniciativas de Saúde Pública
De forma positiva, os pesquisadores da UPE, com apoio da Inova Fiocruz, estão lançando ações de saúde pública nas áreas afetadas. Essas iniciativas incluem testes audiométricos para monitorar a saúde auditiva, além de práticas integrativas em saúde para aliviar o sofrimento psicológico na população impactada.
Conclusão
É fundamental que as autoridades e as empresas de energia eólica levem esses dados em consideração, implementando medidas que protejam a saúde e o bem-estar das comunidades ao redor, resultando em um equilíbrio justo entre a geração de energia limpa e a proteção do povo que vive nas proximidades. O que seria da nossa energia renovável, se ela custa a saúde dos brasileiros?