Ciência

Sindrome de Kessler: o que a humanidade precisa saber sobre o crescente lixo espacial

2025-01-04

Autor: Mariana

Em novembro de 2023, um incidente alarmante quase levou um desastre: o lixo espacial passou perigosamente perto da Estação Espacial Internacional (ISS). Segundo a NASA, uma manobra emergencial foi necessária para evitar um impacto que poderia ter consequências devastadoras para a estação e seus ocupantes.

O problema dos detritos espaciais não é algo novo. Além do risco à segurança dos astronautas, a situação coloca em perigo várias tecnologias cruciais, incluindo o GPS e a conectividade da internet. Se não forem abordados, esses riscos podem afetar a vida cotidiana de milhões de pessoas na Terra.

O que é a Síndrome de Kessler?

A grande preocupação levou cientistas a cunhar o termo Síndrome de Kessler, que descreve uma reação em cadeia em que uma colisão entre objetos espaciais resulta em um número ainda maior de fragmentos, provocando mais impactos e, consequentemente, mais lixo. Este efeito dominó pode eventualmente deixar a órbita terrestre tão superlotada que os satélites fiquem inutilizáveis, forçando a suspensão das atividades de exploração espacial.

Os pesquisadores estão divididos em relação ao nível atual de risco; no entanto, existe um consenso de que o problema é grave e precisa ser tratado com urgência. Uma pesquisa recente revelou que mais de 120 milhões de pequenos detritos estão flutuando na órbita da Terra, muitos deles indetectáveis e, portanto, muito perigosos. Até agora, o governo dos Estados Unidos está monitorando cerca de 47 mil objetos, mas a previsão do comportamento desses fragmentos ainda é um desafio e tanto.

Manobras cada vez mais frequentes

As manobras para desviar do lixo espacial devem se tornar uma prática comum para a ISS. A Europa e os EUA estão desenvolvendo tecnologias de rastreamento mais avançadas, mas os altos custos e a complexidade das operações ainda são obstáculos a serem superados.

Desde o início da era espacial em 1957, mais de 650 eventos de fragmentação como colisões e explosões têm sido relatados, mostrando que a situação é crítica e não pode ser ignorada.

O Pacto para o Futuro da ONU

Diante dessa ameaça crescente, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou, em setembro de 2024, o chamado Pacto para o Futuro. O acordo visa promover discussões sobre a criação de novos marcos regulatórios para o tráfego espacial e a gestão de detritos. No entanto, especialistas em política espacial levantam preocupações sobre a eficácia das regulamentações propostas e a capacidade de garantir que sejam efetivamente implementadas.

Preparar para o inevitável

A resposta ao lixo espacial requer não apenas a limpeza do ambiente espacial, que ainda está em fase experimental devido ao seu alto custo, mas também um esforço coletivo global para criar diretrizes e responsabilidades claras para o uso do espaço. A falta de ação pode resultar na incapacidade de fazer novos lançamentos no futuro, transformando a exploração espacial em uma tarefa impossível e colocando em risco o progresso humano.

Se você acha que isso não pode acontecer, pense novamente! O futuro da exploração e da comunicação no nosso planeta pode depender de medidas urgentes para garantir que nossos céus não se tornem cada vez mais poluídos.